Distribuição

Distribuidoras buscam repasse para custos de financiamentos

Distribuidoras buscam repasse para custos de financiamentos

As distribuidoras de energia vão propor à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o repasse dos custos das taxas de financiamento feitos pelas empresas para arcar com os gastos da operação extraordinária do sistema durante a crise hídrica. A proposta será feita no âmbito da consulta pública que trata do novo empréstimo para o setor elétrico, cujo prazo termina na próxima semana.

Segundo Marcos Madureira, presidente da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), para lidar com os custos extras de despacho termelétrico durante a crise hídrica, as distribuidoras contrataram financiamentos a taxa Selic mais um spread. Pela regra atual do setor, as distribuidoras não têm como repassar esse spread para as tarifas. Esse custo também não está sendo contemplado na proposta de empréstimo para o setor, de até R$ 10,8 bilhões.

De acordo com Madureira, somente no mês de dezembro do ano passado por exemplo, o spread das operações financeiras feitas pelas distribuidoras somou R$ 180 milhões. Nos reajustes tarifários, as empresas só podem repassar a taxa Selic relativa aos custos desses financiamentos. 

“Tem que ser levado em consideração o que as empresas estão fazendo”, afirmou Madureira à MegaWhat. “Em condições normais, as empresas já carregam a CVA [Conta de Compensação de Variação de Valores de Itens da “Parcela A”]. O que foi carregado agora foi muito fora do padrão. A distribuidora está funcionando como um banco de forma negativa”, completou ele, lembrando que, em outubro, no auge da crise hídrica, a CVA alcançou R$ 2,4 bilhões.

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Junto com a CVA, Madureira listou outras despesas que superam R$ 7 bilhões, que estão fora do escopo do novo empréstimo do setor, e serão repassadas ao consumidor por meio dos reajustes tarifários.

O executivo participou ontem de reunião com representantes da Associação Nacional de Conselhos de Consumidores de Energia Elétrica (Conacen) e da Aneel para tratar dos efeitos da crise hídrica para os consumidores e trazer esclarecimentos sobre a necessidade do empréstimo para amortecer o consequente impacto às tarifas.

“O encontro foi bom. O objetivo foi levar informações sobre as contas”, completou Madureira.

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