O jornal O Estado de S. Paulo informa que distribuidoras de energia defendem ajustes nos valores usados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para calcular o novo empréstimo ao setor elétrico. As alterações levariam a um aumento de cerca de R$ 1,6 bilhão no valor teto que poderá ser repassado para custear as medidas adotadas ao longo da crise hídrica que o país enfrentou no ano passado.
Pela proposta apresentada pela agência reguladora, a primeira parcela, destinada a cobrir o rombo na conta da bandeira tarifária em abril, a importação de países vizinhos e o bônus concedido aos consumidores que economizam energia, deverá totalizar até R$ 5,6 bilhões, que serão pagos pelos consumidores nos próximos anos, com juros.
Pelos cálculos da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), o déficit na conta das bandeiras ao final de abril será maior que o calculado pela agência reguladora. Em nota enviada durante consulta pública sobre o tema, a entidade estimou que o rombo será de R$ 3,1 bilhões, enquanto o regulador considerou R$ 1,5 bilhão.
Os números, segundo o documento, foram baseados no que determina o decreto presidencial que regulamentou a MP, que prevê que o cálculo seja feito com base no cenário hidrológico mais crítico informado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) em janeiro.
Empréstimo às distribuidoras pode reduzir o reajuste das tarifas de energia para 14,7% em 2022
Um cálculo feito pela TR Soluções, empresa de tecnologia especializada em tarifas de energia, mostrou que o empréstimo às distribuidoras de energia elétrica para cobrir os custos da crise hídrica pode ter um impacto médio de 3,41 pontos percentuais nos processos tarifários deste ano, reduzindo-os, em média, de 18,11% para 14,70%, informa o Valor Econômico.
A simulação da TR Soluções considera o dia 1 de março de 2022 para entrada em vigor do empréstimo, uma taxa de juros total de 15% ao ano (Taxa Selic + Spread); opção, por parte das distribuidoras, de acessar a totalidade do valor previsto (R$ 10,8 bilhões); prazo de carência de 10 meses e amortização do empréstimo em 24 meses. O novo empréstimo às distribuidoras pode chegar a até R$ 10,8 bilhões, segundo cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A operação visa reduzir os impactos financeiros – e o posterior repasse deles à tarifa dos consumidores – dos custos referentes à compra de energia elétrica no período de escassez hídrica de 2021.
Subsídio para combustíveis deve acelerar alta da dívida do Brasil, diz associação global de bancos
O Brasil dificilmente evitará um cenário de crescimento acelerado da dívida nos próximos cinco anos se implementar cortes tributários para tentar baixar os preços dos combustíveis. A visão é de Sergi Lanau, economista-chefe adjunto do Instituto de Finanças Internacionais.
A associação global de aproximadamente 450 bancos (inclusive brasileiros, como Bradesco e Itaú) mostrou otimismo com o cenário fiscal brasileiro em 2021 mesmo em meio à operação do governo para driblar o teto de gastos, mas agora alerta que esse humor pode se reverter. (Folha de S. Paulo)
Intelbras prevê alcançar 10% do mercado de energia solar do país, com a compra da Renovigi
A Intelbras, que desenvolve tecnologias para segurança, telecomunicações e energia, comprou 100% da empresa de energia solar Renovigi, por R$ 334,3 milhões. O plano é manter as duas companhias independentes. No mercado nacional de energia fotovoltaica, a meta é ter uma fatia de 10%. A previsão de receita conjunta é de R$ 2 bilhões neste ano. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
Empresas desistem de IPOs, mesmo com fluxo externo – esta é a manchete da edição de hoje (17/02) do Valor Econômico. De acordo com a reportagem, apesar da alta do Ibovespa neste ano e da entrada de R$ 47 bilhões de capital estrangeiro em compras de ações na B3 desde janeiro, 2022 tem sido de retração para as ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês). No intervalo de um mês e meio, 17 empresas já desistiram de abrir o capital, e a tendência, segundo analistas, é a de que dezembro fechará bem distante das 46 ofertas de 2021.
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As chuvas que provocaram a morte de dezenas de pessoas em Petrópolis é o principal destaque da edição desta quinta-feira (17/02) na mídia.
A quantidade de chuva que caiu em Petrópolis na terça-feira (15/02) foi a maior registrada na cidade em 24 horas em 90 anos, ou seja, desde o início das medições do Instituto Nacional de Meteorologia. Somada a uma ação ainda insuficiente em áreas de risco, como dizem especialistas e autoridades, a tempestade causou a morte de pelo menos 104 pessoas – 8 crianças. Outras 24 pessoas foram resgatadas com vida, mas ainda há buscas na região e alerta climatológico. (O Estado de S. Paulo)
A tragédia acontece na mesma região onde, 11 anos atrás, ao menos 918 pessoas morreram em outra tempestade de verão, numa das maiores catástrofes do país. Até hoje há divergências no número de desaparecidos, e casas interditadas voltaram a ser ocupadas. (Folha de S. Paulo)
Cerca de 50% daa verba de R$ 2,27 bilhões liberada pelo antigo Ministério das Cidades para recuperar a região serrana após chuva de 2011 não foi gasta pelos municípios. (O Globo)