A produção do hidrogênio azul compara a do gás natural, no cenário de capacidade máxima da planta onshore, e média e sem a comercialização do CO2, tem um preço de cerca de três vezes maior que o do gás natural. Já com o preço máximo de comercialização do CO2, o preço do hidrogênio azul é cerca de duas vezes maior do que o do gás natural.
“Esse comparativo necessita ser apurado com pesquisas futuras, que possam refinar as estimativas de custos”, diz trecho da nota técnica publicada ontem, 24 de fevereiro, pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que tratam das rotas de produção de hidrogênio azul e cinza.
O hidrogênio azul utiliza tecnologia de reforma a vapor do gás natural associada à captura, ao armazenamento e à utilização de CO2 (CCUS), enquanto o hidrogênio cinza, utiliza a mesma rota tecnológica, porém, sem CCUS.
Ainda com relação ao ambiente onshore, comparando-se os resultados do estudo de caso do hidrogênio azul com os do hidrogênio cinza e assumindo-se a maior capacidade da planta de hidrogênio e o preço máximo de comercialização de CO2, os valores indicam que o custo de produção do hidrogênio azul é aproximadamente 20% (média US$ 3/MMBtu) maior do que o do hidrogênio cinza. Para o cenário onde não há a comercialização do carbono armazenado, o custo de produção do hidrogênio azul é aproximadamente US$ 10/MMBtu maior que o do hidrogênio cinza.
Segundo o estudo, o custo de produção do hidrogênio azul tem alta sensibilidade à capacidade instalada do empreendimento e que, quanto maior a capacidade instalada, menor é o custo de produção. Os custos adicionais no ambiente offshore foram maiores do que aqueles no ambiente onshore, sendo o preço de produção do hidrogênio azul offshore da ordem de US$ 10/MMBtu maior.
“Em resumo, a geração e valorização do hidrogênio azul manutenção e expansão da indústria de gás natural pode ser entendida como estratégia. Diferentemente da produção do hidrogênio cinza, que envolve cadeias produtivas intensivas em carbono, e que passam igualmente a ser questionadas e desafiadas pelos princípios da economia de baixo carbono, o consumo do hidrogênio azul tenderá a ser favorecido pelas mesmas pressões que buscam acelerar a substituição de combustíveis fósseis”, diz outro trecho da nota.
O preço de gás natural é o parâmetro que apresenta maior influência na composição do custo médio de produção do hidrogênio cinza quando comparado a outras variáveis, como escala e localização da planta, ficando na faixa de 45% a 75% deste custo médio. Dessa forma, a produção de hidrogênio cinza é economicamente mais vantajosa perto de regiões produtoras de gás natural e com preços mais baixos, como no caso dos EUA, Oriente Médio e Rússia.
Apesar da grande variabilidade, a nota técnica aponta que a rota tecnológica de hidrogênio cinza tem menores custos quando comparada às outras opções, e deve satisfazer a demanda de hidrogênio de curto prazo, até que rotas tecnológicas alternativas de baixo ou zero carbono tornem-se economicamente competitivas.