A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) mostrou que as emissões globais de metano advindas do setor de energia são cerca de 70% maiores do que os valores informados oficialmente por alguns países. Isso, segundo a agência, evidencia a necessidade de melhora nas ações de monitoramento e policiamento das emissões de gases de efeito estufa.
De acordo com dados da IEA, o setor de energia é responsável por cerca de 40% das emissões de carbono geradas por ações humanas, tendo crescido pouco menos de 5% em 2021. Ainda assim, grandes emissões foram registradas no Texas e em partes da Ásia Central, o que corrobora as análises da agência sobre uma retomada das emissões resultantes nos setores de óleo, gás e carvão.
“Com os atuais preços elevados de gás natural, quase toda emissão de carbono advinda das operações mundiais de óleo e gás poderiam ser evitadas sem custo líquido”, afirmou Fatih Birol, diretor-executivo da IEA. “A IEA tem sido campeã nos esforços para cortar as emissões de carbono. Parte vital desses esforços é a transparência no tamanho e localização dessas emissões, e é por isso que a massiva subnotificação relevada pelo nosso Rastreador Global de Metano é tão alarmante”, conclui Birol.
A agência reconhece, ainda, que a tecnologia de satélites precisa ser mais desenvolvida, mas afirma que isso não é motivo para atrasar as ações direcionadas às emissões de carbono e outros gases de efeito estufa, uma vez que as políticas atualmente empreendidas já têm mostrado resultados positivos.
Segundo análise da IEA, se todos os vazamentos de metano decorrentes das operações de combustíveis fósseis de 2021 tivessem sido capturados e vendidos, os mercados de gás natural teriam um suprimento adicional de 180 bilhões de m³ de gás natural. Isso é o equivalente a todo o uso de gás no setor de energia europeu.