Reportagem publicada no site do Valor Econômico ressalta que a pressão sobre os preços internacionais do gás natural liquefeito (GNL), diante dos riscos em torno de uma redução das exportações russas à Europa, levanta perguntas sobre qual será o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia sobre o processo de abertura do mercado brasileiro de gás natural. O GNL é, hoje, uma fonte de suprimento importante para o país.
Em 2021, o Brasil bateu recorde de importação do produto devido ao aumento da demanda das termelétricas desencadeado pela crise hídrica. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia (MME), cerca de 27% da oferta de gás ao mercado brasileiro foi garantida pela importação do gás pelos terminais de regaseificação. O Brasil conta, hoje, com agentes importantes do mercado global de GNL, que buscam no processo de abertura do país novas oportunidades de negócios.
A reportagem cita exemplos de importadores como a New Fortress Energy, que opera o terminal de regaseificação de Sergipe e prevê inaugurar este ano novas unidades em Santa Catarina e no Pará; a Excelerate Energy, que arrendou da Petrobras o terminal da Bahia; além da própria estatal brasileira, que opera plantas do tipo no Ceará e Rio de Janeiro; e a Gás Natural Açu (GNA), joint venture formada pela Prumo, BP, Siemens e SPIC Brasil e que é dona do terminal do Porto do Açu (RJ).
Grandes fornecedores globais de GNL, como a BP, Shell, ExxonMobil e TotalEnergies, também buscam contratos no mercado brasileiro. Executivos de empresas do setor foram entrevistados pelo Valor.
Justiça anula licenciamento de mina de carvão no RS e Copelmi suspende projeto
O projeto de exploração da maior mina de carvão mineral a céu aberto, a Guaíba, no Rio Grande do Sul, foi suspenso pela Copelmi, mineradora que está à frente do negócio. Um dos principais motivos foi a recente anulação do licenciamento ambiental para a atividade da mina, que abrangeria o entorno de territórios de povos indígenas Guarani Mbya, conforme explica reportagem do portal Energia Hoje.
O documento apresentado pela empresa para obtenção da licença não trazia a informação da existência de comunidades indígenas na região. Por essa razão, a juíza Federal Clarides Rahmeier, que assinou a sentença, entendeu que tal informação precisava constar do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) antes de eventual emissão de licença prévia pela Fundação de Proteção Ambiental.
Antes disso, entretanto, a exploração da mina de carvão mineral, a maior a céu aberto da América Latina, vinha sendo alvo de críticas por parte de instituições representativas de população local e de ambientalistas. O diretor técnico do Observatório do Carvão Mineral e da Arayara, Juliano Bueno de Araújo, observa que o documento apresentado não apenas desconsiderou a presença de povos indígenas, como tampouco mencionou outros fatores essenciais.
Entre eles, a existência de cinturão verde de produção de arroz orgânico na área, que seria afetado com a exploração do carvão e os impactos sobre o abastecimento de água da população da área metropolitana de Porto Alegre.
Moody’s eleva ratings da Light e subsidiárias para “AA-“
O Canal Energia informa que a agência de classificação de risco Moody’s alterou as classificações de crédito em escala nacional da Light e de suas subsidiárias, Sesa e Light Energia, elevando-as de “A+” para “AA-”, assim como ambas as perspectivas, que passam de positiva para estável.
A avaliação reflete os esforços da companhia para reforço de sua estrutura de capital, o significativo aperfeiçoamento em suas práticas de gestão e a redução, ainda que em ritmo lento, de perdas comerciais no segmento de distribuição. A agência ressalta como resultado da empresa ter aumentado o prazo médio de seus vencimentos para 3,8 anos ao fim do terceiro trimestre de 2021, versus 2,4 anos ao fim de 2020. Além disso, continua, o índice de dívida sobre capitalização consolidado passou para 54% ao final do terceiro trimestre de 2021 para 74% ao fim de 2018.
PANORAMA DA MÍDIA
Conflito provoca o maior êxodo interno na Europa em 20 anos – diz a manchete da edição deste domingo (27/02) do jornal O Estado de S. Paulo. A reportagem indica que em apenas três dias, mais de 150 mil pessoas já deixaram a Ucrânia rumo a países vizinhos, como a Romênia e a Polônia, na maior onda de refugiados internos na Europa desde o conflito de Kosovo, no final dos anos de 1990.
As forças do presidente russo Vladimir Putin atacaram na madrugada de sábado (26/02) o centro de Kiev, destaca a reportagem da Folha de S. Paulo. A batalha pela capital da Ucrânia ocorre apenas dois dias depois do começo da guerra com a qual o presidente russo pretende derrubar o governo e retomar o controle político sobre o vizinho.
O jornal O Globo informa que civis comandam a resistência em Kiev com fuzis e molotovs (bombas de fabricação caseira), com os quais parecem acreditar que conseguirão frear os tanques russos, conforme ressalta a reportagem. A capital ucraniana, sob toque de recolher, está repleta de civis armados – a presença de soldados e equipamentos militares é quase nula.