Óleo e Gás

Opep+ mantém ritmo gradual de aumento da oferta e Brent ultrapassa US$ 110 o barril

Opep+ mantém ritmo gradual de aumento da oferta e Brent ultrapassa US$ 110 o barril

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia (Opep+) decidiu manter o ritmo de aumento de produção gradual, com a ampliação da produção em 400 mil barris por dia em abril.

Com a decisão, a Opep+ deu continuidade ao plano de aumento gradativo da oferta, em um momento em que os preços internacionais do petróleo operam acima de US$ 110 o barril, impulsionados pelas sanções aplicadas em todo o mundo contra a Rússia – que incluem a rejeição ao petróleo e ao gás do país.

De acordo com a consultoria especializada britânica Energy Aspects, as maiores companhias europeias não estão realizando negócios envolvendo petróleo da Rússia, e apenas algumas refinarias e comercializadoras ainda estão no mercado, prejudicadas pelo aumento dos custos de frete e seguro, uma vez que as transações estão cada vez mais complicadas.

Nessa quarta-feira, 2 de março, a americana ExxonMobil anunciou que vai sair do projeto bilionário de exploração e produção de óleo e gás de Sakhalin-1, localizado na costa da ilha Sakhalin, no extremo oriente da Rússia

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A decisão veio na sequência de outras “oil majors” que também anunciaram o cancelamento de projetos e negócios na Rússia, como Shell, TotalEnergies e BP.

Em uma tentativa de aliviar o mercado, os Estados Unidos e outros 30 países, membros da Agência Internacional de Energia, concordaram em liberar 60 milhões de barris de petróleo de suas reservas estratégicas para estabilizar os mercados globais de energia, anunciou o Departamento de Energia norte-americano. Serão 30 milhões de barris apenas das reservas dos Estados Unidos.

Por volta de 14h28 (de Brasília), os preços do barril do Brent com vencimento em maio tinha aumento de 5,21%, a US$ 110,44. O WTI com vencimento em abril tinha aumento de 4,84%, a US$ 108,41 o barril.

Hoje, o Departamento de Energia do governo dos Estados Unidos informou que os estoques comerciais de petróleo do país tiveram uma redução de 2,6 milhões de barris, na última sexta-feira, 25 de fevereiro, em relação à semana anterior, totalizando agora 413,4 milhões de barris.

De acordo com a consultoria Rystad Energy, a guerra na Ucrânia pode resultar na redução em até 1 milhão de barris diários da demanda de petróleo, no mercado global.

“Os custos humanos e materiais do conflito foram catastróficos em apenas sete dias após o início da operação militar. A Rússia até agora não mostrou sinais de recuo, e as perspectivas de um avanço nas negociações parecem escassas. Como resultado, investidores e mercados estão se esforçando para avaliar as ramificações do agravamento da crise, à medida que o Ocidente impõe sanções ainda mais rigorosas à Rússia, enquanto instituições e empresas se distanciam de Moscou”, informou a consultoria, em nota.

Já o Oxford Institute for Energy Studies informou que o mercado deve se atentar não apenas para o efeito das sanções para o setor petrolífero, mas para toda a cadeia de fornecimento, desde as áreas de vendas, até as de financiamento e transporte.

A escalada da cotação do petróleo deve pressionar os preços dos combustíveis no mercado brasileiro. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), com base na data de ontem, a defasagem do preço da gasolina doméstica em relação à paridade de preço de importação (PPI) é de 13%. No caso do diesel, o desconto está em 12%.

*Texto atualizado às 15h56, para inclusão de informação.