Forças militares russas tomaram o controle da usina nuclear de Zaporizhzhia (NPP), na Ucrânia, na madrugada desta sexta-feira, 4 de março, no horário de Brasília, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês), a partir de informações fornecidas por autoridades ucranianas. Segundo o diretor-geral da entidade, Rafael Mariano Grossi, porém, a usina continua sendo operada por sua equipe regular e não houve liberação de material radioativo.
O complexo foi atacado ontem à noite por um projétil russo, que alcançou um prédio de treinamento nas proximidades de uma das unidades do reator da usina, causando incêndio localizado que, segundo a IAEA, foi posteriormente equacionado. Duas pessoas foram feridas no ataque.
“Os sistemas de segurança dos seis reatores da usina não foram afetados e não houve liberação de material radioativo”, reafirmou a agência, acrescentando que os sistemas de monitoramento de radiação no local são totalmente funcionais.
A IAEA, contudo, destacou que o operador ucraniano informou que não é possível ainda acessar todo o local para avaliar se todos os sistemas de segurança estão totalmente funcionais.
Das unidades de reatores da usina, a unidade 1 está desligada para manutenção, as unidades 2 e 3 passaram por um desligamento controlado, a unidade 4 está operando com 60% de potência e as unidades 5 e 6 estão sendo mantidas “em reserva” no modo de baixa potência.
Engie
O grupo francês Engie condenou os ataques russos à Ucrânia e informou que o conselho de administração da companhia determinou não realizar investimentos em nenhuma atividade indústria da Rússia. A companhia, no entanto, informou que continuará priorizando a segurança do suprimento energético a seus clientes. Os contratos que a empresa possuía com a russa Gazprom em 2021 respondiam por cerca de 20% das vendas de gás e consumo do energético globalmente.
Com relação ao gasoduto Nord Stream 2, ligando a Rússia à Alemanha, a Engie destacou que, como credor de quatro investidores europeus no empreendimento, o grupo está exposto a um risco de crédito de 987 milhões de euros, o que pode impactar suas contas em caso de pedido de insolvência do gasoduto.
* Texto atualizado nesta sexta-feira, às 4 de março, às 10h04, para inclusão de informações.