Combustíveis

Shell anuncia que vai parar de comprar petróleo e derivados da Rússia

Shell anuncia que vai parar de comprar petróleo e derivados da Rússia

Depois de receber críticas por continuar comprando petróleo da Rússia, a Shell publicou um comunicado nessa terça-feira, 8 de março, anunciando sua intenção de encerrar os negócios com a Rússia, incluindo petróleo bruto, produtos derivados, gás e gás natural liquefeito (GNL).

O encerramento das compras de petróleo da Rússia pela gigante anglo-holandesa não será imediato, mas gradual, alinhado com as orientações dos governos ocidentais que buscam sancionar a Rússia pelos ataques à Ucrânia.

O primeiro passo, adotado imediatamente, será a paralisação das compras de petróleo bruto da Rússia no mercado spot. A companhia também está encerrando as estações de serviços e de fabricação de lubrificantes e combustível de aviação na Rússia.

“Estamos cientes que nossa decisão na semana passada de comprar uma carga de petróleo bruto da Rússia para ser refinado, apesar de ter sido motivada para garantir nossas ofertas, não foi correta e sentimos muito”, disse o presidente da Shell, Ben van Beurden.

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A Shell se comprometeu a destinar o lucro da venda desse petróleo a um fundo, ao mesmo tempo em que trabalhará com parceiros e agências humanitárias nos próximos dias e semanas para determinar onde alocar os recursos para aliviar as consequências “terríveis” que a guerra está tendo na população ucraniana.

A companhia não irá mais renovar contratos com a Rússia. Ao mesmo tempo, está mudando sua cadeia de suprimento de petróleo bruto para não depender mais do país. A ideia é que isso seja feito “o mais rápido possível”, mas as dificuldades logísticas indicam que serão necessárias semanas para concluir o processo, o que levará a uma utilização inferior da capacidade das suas refinarias.

A Shell também vai começar um encerramento gradual dos negócios com a Rússia envolvendo compra de produtos derivados, gás e GNL. Segundo a companhia, o processo será complexo, uma vez que alterar essas operações vai exigir ações de governos, outros fornecedores de energia, e dos clientes.

“Esses desafios sociais destacam o dilema entre pressionar o governo russo por suas atrocidades na Ucrânia, e assegurar oferta de energia segura e estável em toda a Europa”, disse o presidente da companhia. Segundo van Beurden, cabe aos governos decidir o que deve ser feito, e a Shell continuará trabalhando com eles para ajudar a administrar os impactos potenciais na oferta de energia, principalmente na Europa.

Os preços do petróleo no mercado internacional continuam em alta nesta terça-feira. Por volta de 10h10 (de Brasília), o Brent com vencimento em maio tinha aumento de 2,9%, a US$ 126,9 o barril, enquanto o WTI para abril tinha alta de 2,47%, a US$ 122,35 o barril.