Reportagem publicada hoje (09/03) pelo jornal O Globo indica que a escalada global do bloqueio ao gás russo ocorre em um momento em que o Brasil está cada vez mais dependente do gás natural liquefeito (GNL), em estado líquido, importado.
Após enfrentar a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as importações de GNL subiram 187% entre 2020 e 2021 para abastecer, sobretudo, as termelétricas. O total passou de 8 milhões de metros cúbicos por dia para 23 milhões de metros cúbicos diários. O volume já responde por 27% do total de gás consumido no país, segundo dados da Petrobras.
No primeiro bimestre, o volume de importação de GNL subiu 42%, de acordo com a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). No período, os preços subiram 260%. EUA, Bolívia, Qatar, Trinidad e Tobago, Nigéria e Reino Unido são os países que mais vendem GNL para o Brasil.
EUA dizem que gasoduto Nord Stream 2, entre Rússia e Alemanha, “está morto”
O gasoduto Nord Stream 2, entre Rússia e Alemanha, alvo de medidas de represália tomadas por Berlim e Washington depois da invasão da Ucrânia pelos russos, está “morto” e não pode ser “ressuscitado”, disse a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, Victoria Nuland, na segunda-feira (07/03), em audiência no Senado.
“Creio que o Nord Stream está morto. É um pedaço de metal no fundo do mar e não acredito que possa ser ressuscitado”, afirmou. Os Estados Unidos se opuseram durante muito tempo ao gasoduto, desejado pela Alemanha e pela Rússia, por acreditarem que o mesmo fortalecia a capacidade de Moscou de usar o fornecimento de energia à Europa como “arma” geopolítica. (O Globo)
Conta de luz deve ter bandeira verde em maio, aliviando inflação, dizem analistas
A conta de luz deve voltar à bandeira tarifária verde em maio. A bandeira verde não gera cobranças adicionais para os consumidores, dando algum alívio à inflação devido à melhora das chuvas, segundo analistas ouvidos pelo portal TC Mover, especializado em notícias econônimo-financeiras.
A projeção vem após o Brasil ter encerrado 2021 com inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 10,06%, maior nível desde 2015, em parte pelos efeitos de meses de seca sobre o setor elétrico. O consumidor está pagando uma sobretaxa de R$14,20 para cada 100 quilowatts-hora desde agosto de 2021, quando o governo e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovaram a criação de um novo e mais caro patamar de bandeira tarifária – a bandeira escassez hídrica.
MSGás assina contrato para mais cinco anos de fornecimento para a UTE William Arjona
No início deste ano, a Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul (MSGás) garantiu, contratualmente, o fornecimento de gás natural para a usina termeletrica William Arjona, em Campo Grande (MS), por um período inicial de mais cinco anos.
A vigência do novo contrato começou neste mês de fevereiro, e irá até o final de janeiro de 2027, com possibilidade de prorrogação após este período, com uma quantidade diária contratada de 1.350 mil m³/dia e com possibilidade de duplicação de volume.
A UTE William Arjona foi reativada em julho do ano passado, após 4 anos sem operação, pela Delta Geração, empresa do grupo Delta Energia, e possui uma capacidade instalada de 190 megawatts, podendo abastecer mais de 50% da capital do Mato Grosso do Sul. (portal Gás Net)
Gasolina em refinaria privatizada na Bahia já é 27,4% mais cara do que a vendida pela Petrobras
O jornal O Estado de S. Paulo informa que a gasolina na Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, vendida pela Petrobras ao fundo de investimento árabe Mubadala, já está custando 27,4% a mais do que a vendida pela estatal, segundo estimativas do Observatório Social da Petrobras (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
De acordo com o OSP, a diferença em relação ao valor do diesel S-10 é ainda maior, 28,2%. Os combustíveis comercializados pela refinaria baiana, privatizada em dezembro de 2021, tiveram novo reajuste no último sábado – o quinto aumento só neste ano. Mataripe tem hoje os combustíveis com os preços mais caros do país, em comparação com as refinarias da estatal.
Brasil registra alta de 29% de raios neste ano
O Brasil registrou 29% mais raios nos dois primeiros meses de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre janeiro e fevereiro, foram 17 milhões de descargas elétricas, ante 13,2 milhões no 1º bimestre do ano anterior. Segundo especialistas, as mudanças climáticas favorecem eventos extremos, como as chuvas que arrasaram áreas do sul da Bahia, Minas Gerais e Petrópolis, no Rio de Janeiro, assim como a ocorrência de raios. (O Estado de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
Com reportagens e análises, o anúncio feito ontem (08/03), pelos Estados Unidos, de proibição das importações de petróleo e gás da Rússia, impulsionando ainda mais as cotações desses produtos no mercado internacional, é o principal destaque desta quarta-feira na mídia.
A reação dos países ocidentais à invasão da Ucrânia também contou com a decisão do Reino Unido de eliminar até o fim do ano as compras de petróleo e derivados da Rússia. Muito mais dependente do que EUA e Reino Unido do abastecimento russo, a União Europeia (UE) não definiu a suspensão imediata das compras, mas apresentou um plano para diminuir as importações de gás russo em dois terços ainda neste ano. A iniciativa prevê que a UE consiga a “independência total” dos combustíveis fósseis da Rússia “bem antes” de 2030. (Valor Econômico)
Os preços do petróleo dispararam enquanto as ações asiáticas recuperavam o equilíbrio nesta quarta-feira (09/03), com investidores avaliando o impacto do agravamento do conflito na Ucrânia e de uma nova proibição dos EUA ao petróleo russo. “O choque do petróleo, por natureza, é acumulado, não único, e o potencial para o mercado atingir US$ 150 antes de retornar a US$ 100 é mais fácil para os investidores digerirem”, disse Stephen Innes, sócio-gerente da SPI Asset Management. (O Globo)
O impacto global da suspensão da importação do petróleo russo vai depender ainda do tempo que perdurar a decisão dos EUA e do Reino Unido e da adesão de outros países à medida. Por enquanto, é certo que a tendência de alta no preço do petróleo seguirá – provocando inflação e segurando a recuperação da economia pós-covid – e a matriz energética do mundo, principalmente da União Europeia deverá se transformar.
A Rússia hoje exporta pouco menos de 10% do petróleo consumido globalmente. O corte dos EUA deve corresponder a aproximadamente 7% das vendas internacionais russas. É um volume considerado pequeno, que poderia ser enviado a outro mercado, como a China, e substituído pelo Irã. O problema é que mudar o destino do petróleo não é simples e depende, por exemplo, da adaptação de refinarias – e uma alteração como essa levaria meses. (O Estado de S. Paulo)
O presidente russo Vladimir Putin reagiu ao embargo dos Estados Unidos ao petróleo e ao gás natural de seu país, anunciando que vai proibir ou limitar o comércio de matérias-primas da Rússia até o fim deste ano. A lista de produtos e países que serão afetados será elaborada em até dois dias, segundo o decreto presidencial divulgado pelo Kremlin. Com isso, a Rússia nem venderá, nem comprará produtos básicos. (Folha de S. Paulo)