Óleo e Gás

Segurança energética atrai investimentos para infraestrutura de gás no Brasil, diz EPE

Segurança energética atrai investimentos para infraestrutura de gás no Brasil, diz EPE

Com ajustes nos projetos de consumo de gás natural após a crise sanitária da covid-19, O Plano Decenal de Energia (PDE 2031), apresentou uma redução de 1,3% na comparação com o estudo anterior, na oferta de volume para novos gasodutos. No entanto, com a questão de segurança energética no país, e o entendimento da demanda compulsória das térmicas previstas no modelo de privatização da Eletrobras, a expansão poderá se dar de forma mais robusta e desenhada, ainda neste ano, no Plano Indicativo de Gasodutos de Transporte 2022 (PIG 2022).

A expectativa foi compartilhada por Heloísa Borges, diretora de Estudos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), durante cerimônia de lançamento do PDE 2031.

“A gente vê interesse de grandes grupos de investimento na infraestrutura do país. As peças estão colocadas, agora passamos por uma pandemia, e a necessidade segurança energética fica muito clara. Mudou um pouco a visão dos investidores dos investidores de gás natural”, disse Heloísa Borges sobre o que tem visto de investidores para o setor no país.

Quanto às peças que faltavam no estudo de desenvolvimento de infraestrutura de gás, a diretora da EPE contou que na época do início dos estudos do plano ainda não se tinha a obrigatoriedade de contratação de 8 GW de termelétricas a gás natural pelo modelo de privatização da Eletrobras.

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“A última peça que entrou formando esse quebra cabeça foram as térmicas mandatórias da privatização Eletrobras, e agora a gente já vê isso tomar forma. Estamos revendo o PIG 2022, que está em elaboração, para trazer essa clareza para a malha de gasoduto, levando para o interior para atender demanda térmica e não térmica”, completou a diretora.

Mesmos sem essas considerações, o PDE 2031 já aponta que há sinalização de interesse na construção de gasodutos para sua conexão com a malha integrada, e que os próximos ciclos do planejamento poderão considerar a demanda e a oferta desses sistemas.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, esteve prese no evento e destacou as perspectivas para produção de petróleo e gás natural até 2031, respectivamente, de 6% e 7%. Apenas para este ano, o aumento da produção deve ser da ordem de 10% e 17%, segundo o ministro. 

E a malha de escoamento da produção de gás também poderá ser importante para outra tecnologia, que aparece pela primeira vez em um Plano Decenal de Energia, o hidrogênio. 

“O plano trouxe um capítulo inédito referente ao hidrogênio, considerado potencial propulsor para um futuro energético mais seguro e sustentável e por isso ele recebe grande atenção nas economias. O Brasil não ficará de fora do grupo seleto de países ainda mais detendo imenso potencial de aproveitamento a preços competitivos internacionalmente”, disse o ministro.