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Cemig busca projetos de renováveis no mercado para atingir meta de 1 GW até 2025

Cemig busca projetos de renováveis no mercado para atingir meta de 1 GW até 2025

Com uma meta ambiciosa de atingir 1 GW em geração renovável até 2025, a estatal mineira Cemig resolveu acelerar o processo – antes focado no desenvolvimento dos projetos da casa – e abriu uma concorrência para comprar empreendimentos de geração incentivada, com desconto nas tarifas de transmissão e distribuição.

Para acessar os melhores projetos no mercado, a companhia desenvolveu uma estratégia na qual pode ficar também com contratos de compra de energia (PPAs, na sigla em inglês) de longo prazo com os vendedores. “Pode ser que o empreendedor tenha um projeto de 100 MW pronto para construir, mas sem PPA. Eu compro metade dele, e também faço um PPA para metade da energia que sobra”, explicou Carlos Henrique Afonso, gerente de prospecção e desenvolvimento de geração e transmissão da Cemig.

Nesse cenário, a Cemig não será sócia do projeto, e sim vai desmembrá-lo em outro empreendimento separado, o que é simples de ser feito tanto para a fonte eólica quanto para solar, alvos da chamada pública. “Entendemos que há bons projetos, e os desenvolvedores e investidores não querem vender, vão até o fim em busca de um PPA”, disse Afonso. Com a compra da energia, a companhia pretende acessar esses projetos de melhor qualidade.

Além da aquisição de novos projetos, a Cemig tem aqueles desenvolvidos internamente. O problema é que não são todos que estão em fase avançada para serem construídos até 2025, garantindo o desconto pelo uso da rede. “Entendemos que tem muito projeto com outorga com dificuldade de um PPA. Como temos a maior comercializadora do mercado livre, decidimos aproveitar essa oportunidade”, explicou o gerente.

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A comercializadora já começou a prospectar clientes que possam comprar a energia no longo prazo, principalmente na modalidade de autoprodução, na qual serão sócios dos geradores e garantem benefícios adicionais que se somam ao desconto pelo uso da rede e deixam os contratos ainda mais competitivos. 

Outra condição colocada pela Cemig na chamada pública é que os projetos tenham sido cadastrados para o leilão A-4 de energia nova que acontece em maio, já que isso indica um nível de maturidade maior. “Uma vez comprado o projeto, a ideia é começar a implantação imediatamente”, disse Afonso.

Como hoje um dos gargalos para novos parques de geração renovável é a conexão com a rede, ganham pontos aqueles que já tenham o acesso a transmissão garantido.

O edital disponibilizado pela Cemig define pontos que serão atribuídos aos projetos na concorrência, com vantagens, por exemplo, para projetos com maior fator de capacidade, com parecer de acesso à rede de transmissão, ou com localização próxima de rodovias federais ou estaduais. No caso de eólicas, conjuntos com mais de 100 MW também saem na frente. Para projetos de geração solar fotovoltaica, a localização em Minas Gerais é uma vantagem importante.

Esse não será o primeiro leilão do tipo promovido pela companhia, que já lançou chamadas públicas para comprar tanto projetos, pelo seu braço de geração e transmissão, quanto energia de longo prazo, por meio da comercializadora. Desta vez, o edital reúne as duas categorias, em busca de expandir o parque gerador e atender seus clientes no mercado livre.

O prazo para manifestação de interesse dos investidores vai até 14 de junho deste ano. Assim, a companhia tem expectativa de que empreendedores habilitados para o leilão A-4, em maio, que não consigam contratar os projetos, possam acessar a licitação. 

A companhia está ainda com uma licitação aberta para contratação de equipamentos para três usinas solares fotovoltaicas, que somam 220 MW de potência e ficam em Minas Gerais. Eles devem se somar ao adquiridos na chamada pública, para ajudar a cumprir a meta de atingir 1 GW até 2025.

“Em carteira, temos quase 8 GW em desenvolvimento, mas muitos não tem o desconto do fio, então vamos deixar para depois”, explicou Afonso. 

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