Economia e Política

Ruptura na logística de exportação é problema urgente para o setor de óleo e gás russo, diz Putin

Ruptura na logística de exportação é problema urgente para o setor de óleo e gás russo, diz Putin

O problema mais urgente do setor de petróleo e gás da Rússia, nesse momento, é a ruptura na logística de exportação das commodities e nas cadeias de transporte, de acordo com o próprio governo do país. O presidente russo, Vladimir Putin, realizou na última quinta-feira, 14 de abril, uma reunião por videoconferência para tratar da situação do setor e traçar os próximos anos.

Segundo as informações do governo russo, Putin não abordou diretamente as sanções impostas ao país pela União Europeia e pelos Estados Unidos, mas afirmou que os atrasos nos pagamentos pela exportação da energia russa estão impactando o setor. Assim, o objetivo do governo é converter esses pagamentos em moeda nacional, sendo essa uma estratégia de segurança econômica e financeira para o país.

“As tentativas dos países ocidentais de excluírem os fornecedores russos e substituírem nossos recursos energéticos com fornecimentos alternativos vão, inevitavelmente, afetar a economia global. As consequências disso podem ser extremamente dolorosas, principalmente para os iniciadores dessa política”, disse Putin, comentando as consequências econômicas das políticas ocidentais em relação às fontes russas de energia.

O chefe do executivo russo também alertou que não há uma alternativa razoável para a Europa em termos de suprimento e fornecimento de gás, pois não há volumes não contratados desse produto nos mercados mundiais e as entregas de outros países, notadamente dos Estados Unidos, serão muito mais custosas aos consumidores.

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Na videoconferência, Putin afirmou que a indústria de óleo e gás russa encara três tarefas, sendo elas a necessidade de garantir suprimentos de energia sustentável para seu mercado interno, a diversificação de exportações e o desenvolvimento de um processamento mais profundo de óleo e gás, além da substituição de importação de equipamentos para a produção desses produtos.

“É importante consolidar a tendência dos últimos anos: redirecionar gradualmente nossas exportações para mercados emergentes dos Sul e do Leste. Para alcançar isso, nós precisamos determinar as principais instalações de infraestrutura e iniciar sua construção no futuro próximo”, disse.

Ele afirmou ainda a necessidade de expandir os programas regionais de fornecimento de gás e garantir que esse fornecimento seja suficiente e com preços acessíveis para a população. Ele reforçou, ainda, a necessidade de acelerar a implementação dos projetos de infraestrutura, como portos e gasodutos, para redirecionar o fornecimento de óleo e gás do Ocidente para “mercados promissores no Sul e no Leste nos próximos anos”.