O jornal O Globo informa que o Tribunal de Contas da União (TCU) julga a privatização da Eletrobras amanhã (20/04), em meio a uma série de dúvidas sobre se de fato o governo irá conseguir desestatizar a empresa neste ano. Apesar de haver um cenário favorável à operação, o risco de adiamento do julgamento pode impedir a venda da empresa neste ano.
Com um processo que acabou politizado, o principal foco de disputa agora gira em torno de um novo pedido de vista (mais tempo para analisar o assunto) do ministro Vital do Rêgo, levando a um novo adiamento da conclusão do processo. Por isso, integrantes do Palácio do Planalto e da equipe econômica mantêm conversas com ministros do TCU como forma de evitar que o assunto seja prolongado, de acordo com a reportagem.
Uma das possibilidades é que os ministros favoráveis ao modelo de privatização votem mesmo se Vital pedir vista, de maneira a formar maioria antes de um eventual adiamento. Outra possibilidade é limitar o pedido de análise, já que normalmente os ministros costumam usar até 60 dias nesse tipo de pedido.
Elétricas reforçam medidas de segurança cibernética
Reportagem publicada hoje (19/04) pelo Valor Econômico mostra que, faltando menos de três meses para entrar em vigor a resolução 964 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que prevê que o setor de energia se adapte às novas normas de segurança cibernética, as empresas correm para atender as exigências e implantar sistemas cada vez mais robustos de proteção dos ativos.
Isso porque os ataques virtuais ao setor elétrico cresceram muito após o período da pandemia. As ofensivas dos hackers já fizeram vítimas como a EDP, Energisa, Light, Eletronuclear, entre outras. Geralmente esses crimes causam a indisponibilidade do Sistema de Supervisão e Aquisição de Dados (Scada) e Dispositivos Eletrônicos Inteligentes (IEDs), podendo causar apagões e blecautes. No caso da Eletronuclear, o assunto gerou mais apreensão por estar relacionado a usinas nucleares. Na época, a subsidiária da Eletrobras disse que nenhum problema operacional ou de segurança foi detectado.
Rui Altieri questiona leilão emergencial de usinas em 2021
O Brasil deveria ter aguardado para realizar o leilão emergencial de contratação de usinas de geração de energia em 2021 para lidar com a crise hídrica, na opinião do presidente do conselho da administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rui Altieri, que participou ontem (18/04) do evento Agenda Setorial, voltado para o setor elétrico e realizado no Rio de Janeiro.
Conforme explica a reportagem do Valor Econômico, no ano passado, o país enfrentou a pior estiagem em nove décadas, o que afetou as hidrelétricas e levou a necessidade de um maior uso de termelétricas. A contratação de usinas por meio de um leilão simplificado para operar de 2022 a 2025 visava a auxiliar na recuperação dos reservatórios ao longo dos próximos anos. Altieri apontou que as usinas contratadas no leilão emergencial vão ter um custo de R$ 14 bilhões por mês até dezembro de 2025. Os projetos têm previsão de iniciar operação a partir de maio de 2022.
“Quando contratamos essa energia estávamos na fronteira do período úmido. Acho que deveríamos ter esperado um pouco mais. Talvez se a contratação tivesse sido 30 ou 40 dias depois, a situação seria diferente tanto em preço quanto em volume”, disse o executivo. Anunciado em setembro, junto com outras medidas emergenciais, o leilão ocorreu ao fim de outubro do ano passado e contratou 17 empreendimentos, das fontes solar e térmicas a gás natural e a biomassa. Houve a negociação de 775,8 megawatts (MW) médios e 1,22 gigawatts (GW) de potência (disponibilidade).
EDP: distribuição de energia cresce 1,3% e vai a 6,7 milhões MWh no 1º trimestre de 2022
A distribuição de energia elétrica da EDP chegou a 6,7 milhões de megawatts por hora (MWh) no primeiro trimestre de 2022, alta de 1,3% na comparação com o mesmo período de 2021, informou ontem (18/04) a companhia. Segundo a empresa, o consumo de energia distribuída é resultante da recuperação da atividade econômica, do maior número de dias médios faturados e da expansão do número de clientes.
O maior crescimento do período ficou com o segmento comercial, que teve uma alta de 7,9% na distribuição. Segundo a empresa, a alta do segmento aconteceu após a reclassificação de clientes das classes industrial e residencial para a classe comercial. A companhia registrou aumento de 2,2% no número de clientes e de 17,1% no número de clientes livres (139 clientes na EDP SP e 111 clientes na EDP ES), em função das migrações dos clientes do mercado cativo para o mercado livre. As informações foram publicadas pelo portal Money Times.
Preço da gasolina volta a subir nos postos, diz ANP
Após três semanas de queda, o preço da gasolina voltou a subir nos postos brasileiros, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Na semana passada, o produto custou em média R$ 7,219 por litro, o maior valor desde a semana posterior ao mega-aumento de preços autorizado pela Petrobras.
Segundo a ANP, o valor representa alta de 0,3% em relação à semana anterior e reflete repasse às bombas da escalada do preço do etanol anidro, que representa 27% da gasolina vendida nos postos, conhecida como gasolina C. (Folha de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
Risco de inadimplência cresce com juro alto e perda de renda – esta é a manchete da edição de hoje (19/04) do Valor Econômico. A reportagem destaca que a combinação de juros altos, renda corroída pela inflação e baixo crescimento econômico levou o mercado a temer o aumento da inadimplência no crédito, tanto para pessoa física quanto empresas. Segundo a Boa Vista, o número de inadimplentes subiu 5,1% em março em comparação a fevereiro. No 1º trimestre, a elevação foi de 9,2% em relação ao mesmo período de 2021 e de 6,7%, considerando o 4º trimestre do ano passado. Os dados se baseiam nos registros de clientes que atrasaram pagamento de financiamentos bancários e outros compromissos como contas de consumo, crediário ou cartão de crédito. O último número do BC mostra alta no índice de inadimplência para 4,6% em janeiro para as famílias. Por causa da greve dos servidores, os dados estão defasados.
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O jornal O Globo informa que o projeto de lei que fornece as bases para o Orçamento de 2023, encaminhado ao Congresso, indica um novo aumento de salário para o funcionalismo, com a reserva de R$ 11,7 bilhões para essa finalidade.
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Deputados e senadores brasileiros interferem até 20 vezes mais no Orçamento do que congressistas de nações integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo do qual o país quer fazer parte. Segundo estudo do economista Marcos Mendes para o Instituto Millenium, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, as emendas representam 24% das despesas verbas dos ministérios e de investimentos este ano, os gastos discricionários. Essa parcela envolve gastos não obrigatórios, passando por manutenção de órgãos públicos, pagamento de conta de luz, fiscalização ambiental e investimentos em escolas e estradas.
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A Folha de S. Paulo informa que, enquanto o governo federal libera recursos da educação para aliados, o Ministério da Educação trava a liberação de R$ 434 milhões a prefeituras de todo o país e deixa paradas construções de creches, escolas, salas de aulas e quadras. De acordo com a reportagem, os valores referem-se a 1.369 prefeituras. Ao todo, 1.780 obras que foram pactuadas entre municípios e o governo federal, a partir de 2012, estão aptas a receber dinheiro federal. O governo, entretanto, não efetiva as transferências.