O governo ainda não tem uma previsão de data para a retomada do teor de 14% de mistura de biodiesel no diesel, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, nesta sexta-feira, 22 de abril. Segundo ele, no entanto, assim que houver condições, o objetivo é retomar a trajetória de aumento do teor do biodiesel no combustível.
“Não temos como prever quando voltaremos para os 14%. Nós gostaríamos de voltar, se fosse possível, no início do próximo mês. E esse processo não é assim. Leva pelo menos 60 dias para que você possa montar a cadeia logística para essa mistura. Nós não temos ainda uma previsão da nossa safra, do mercado mundial. […] “Temos que ter um pouco de paciência para que possamos conduzir esse processo com previsibilidade para o setor e para aqueles que são os consumidores”, disse Albuquerque, em entrevista coletiva realizada por meio eletrônico, após ele cumprir agenda na Índia com autoridades e empresários locais.
No fim do ano passado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) reduziu o teor do biodiesel na mistura do diesel, de 13% para 10%, e determinou o B10 para 2022, até que as condições de preço e oferta de biodiesel voltassem ao normal. O plano original previa a aplicação de 14% (B14), em 2022, e 15% (B15), em 2023.
“Hoje deveria ser 14%. E não é por falta justamente de insumo para a produção do biodiesel. Sabemos que, por conta do pós-pandemia e de uma crise entre oferta e demanda particularmente de alimentos e de petróleo e gás no mundo, houve uma crise energética. E também [houve] o aumento muito grande [do preço] dos alimentos”, acrescentou Albuquerque.
“Nosso comprometimento com a nossa política de biocombustíveis, o Renovabio, é total. Tão logo as condições voltem à normalidade, nós vamos estar aplicando, sim, a mistura de 14%. E, em 2023, será 15%. Isso é irreversível como política pública”, completou o ministro.