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BNDES afina critérios para captações ligadas à sigla ESG e seleciona fundo para receber investimento

BNDES afina critérios para captações ligadas à sigla ESG e seleciona fundo para receber investimento

De olho na agenda de sustentabilidade, o BNDES fez dois anúncios para estimular a captação de recursos voltados para projetos sustentáveis e com impacto socioambiental no Brasil, com foco no aprimoramento dos critérios para captações ligadas a temas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) e também por meio de aportes em fundos de investimentos em lançados com esse propósito.

O banco de fomento assinou um acordo de cooperação com a Climate Bonds Initiative (CBI) para promover mecanismos de captação de recursos e atração de investimentos internacionais que apoiem projetos sustentáveis no país. Com a parceria, os critérios setoriais do CDI, que detalha processos de gestão e quais requisitos devem ser cumpridos para a utilização dos recursos, poderão ser empregados pelo BNDES, que prevê o aprimoramento da sua estratégia para temas ESG.

Com a cooperação, os títulos a serem emitidos deverão ser alinhados com os critérios da CBI, em uma medida que vai aprimorar a classificação dos ativos do BNDES, conforme as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. “A parceria com a CBI e fundamental por agregar conhecimento, taxonomia, certificação e indicadores de impacto”, disse o diretor de crédito produtivo e socioambiental do BNDES, Bruno Aranha.

No ano passado, o banco já firmou um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o desenvolvimento e certificação de uma estrutura para emissão de títulos verdes, sociais e sustentáveis no Brasil e exterior. 

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Enquanto aprimora os critérios para captações ligadas à sustentabilidade, o BNDES também anunciou nessa segunda-feira, 2 de maio, que contratou o primeiro fundo de investimento selecionado em uma chamada pública para seleção de fundos de impacto. O Lightrock Growth Equity Fund II Brasil FIP Multiestratégia (LGEF II), da gestora Lightrock, vai receber R$ 250 milhões por meio da subscrição de cotas pelo BNDES. O montante representa 25% do patrimônio alvo do fundo, que é de R$ 1 bilhão, e a diferença será captada no mercado.

O objetivo desse fundo é investir em empresas que ofereçam produtos e serviços inovadores e gerem impactos socioambientais positivos, desde que comprovem seu modelo de negócio, estejam em fase de crescimento e sejam escaláveis. Sete setores são priorizados: saúde, educação, energia renovável, agricultura e alimentação sustentável, mobilidade e transporte eficiência, transformação do sistema financeiro e infraestrutura digital. O período de investimento do fundo será de quatro anos, com prazo total de oito anos.

No total, o BNDES prevê investir até R$ 450 milhões em fundos estimulando negócios que apoiem a transformação da sociedade e a melhoria da vida dos brasileiros. Outros dois fundos ainda serão contratados no âmbito da chamada pública, e estão em fase de diligência.