Essa é a manchete da edição de hoje (07/05) do jornal O Estado de S. Paulo. A reportagem destaca que na última quinta-feira (05/05), após a Petrobras anunciar lucro de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre, o presidente Jair Bolsonaro (PL) veio a público reclamar do número, que considerou um “estupro” ou um “crime”. Mas, como o governo federal é o maior acionista da empresa, talvez o mais correto fosse comemorar, já que, quanto melhor o desempenho da empresa, mais dinheiro entra nos cofres públicos.
Entre janeiro de 2019 (início do governo Bolsonaro) e março deste ano, a Petrobras já injetou nos cofres federais R$ 447 bilhões, levando-se em conta, além dos dividendos, os impostos e os royalties pagos. Os números constam dos relatórios fiscais da companhia. Nesse período, o lucro líquido foi de R$ 200 bilhões. Se a conta considerar o faturamento (R$ 1,16 trilhão), o valor transferido corresponde a 38,5% do total.
Considerando-se ainda o que a empresa paga a estados e municípios, o montante que entra nos cofres públicos chega a R$ 675 bilhões. A reportagem ressalta, ainda, que só o montante pago à União corresponde a aproximadamente cinco vezes o orçamento do Auxílio Brasil previsto para este ano, em torno de R$ 89 bilhões. O dinheiro também chega perto do desembolso feito pelo governo em 2020 com gastos relacionados à covid-19, de R$ 524 bilhões.
Defasagem de preços da gasolina é de 17% e do diesel, de 21%. Especialistas falam em reajuste em breve
Especialistas ouvidos pela reportagem do jornal O Globo dizem que é alto o risco de um reajuste dos combustíveis, por causa da defasagem de preços em relação aos valores cobrados no mercado internacional. Os preços não são reajustados desde o dia 11 de março, destaca a reportagem.
Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), apontam que ontem (06/05), a defasagem média do diesel estava em 21% (R$ 1,27 por litro) e da gasolina, em 17% (R$ 0,78 por litro). O setor aponta riscos de novos reajustes por conta do aumento constante dessas defasagens. Nas últimas semanas, representantes dos importadores também têm sinalizado que a defasagem de preços pode gerar falta de combustíveis em alguns locais do Brasil.
Distribuidora leva luz para invasores em terra indígena no Pará
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indica que, no coração da terra indígena Cachoeira Seca, entre os municípios de Altamira, Placas e Uruará, no Pará, postes de madeira sustentam os fios que transportam a energia para abastecer as casas de grileiros, garimpeiros e desmatadores. Dentro da área demarcada, onde só povos originários poderiam estar, os invasores usam a eletricidade fornecida, de forma ilegal, pela concessionária Equatorial Energia.
Ainda de acordo com a reportagem, a Equatorial, empresa privada que atua em seis estados do país, tem conhecimento de situações como essa em toda a região, sejam elas causadas por ligações clandestinas, os chamados “gatos”, ou mesmo estruturas entregues pela própria companhia. A companhia já foi multada em mais de R$ 3,3 milhões por instalações irregulares dentro da terra indígena Cachoeira Seca.
PANORAMA DA MÍDIA
Petrobras vai manter política de preços, diz seu presidente – a afirmação feita ontem (06/05) pelo presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, é o principal destaque da edição deste sábado do jornal O Globo.
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A Folha de S. Paulo informa que, em clima eleitoral, o Congresso Nacional aprovou uma bomba fiscal, dado seu potencial impacto bilionário nas contas de União, estados e municípios. Em um único dia, a Câmara aprovou um piso salarial de R$ 4.750 para o setor de enfermagem, enquanto o Senado aprovou uma proposta que estabelece remuneração mínima de dois salários mínimos (ou seja, R$ 2.424) a agentes comunitários de saúde.