A privatização das refinarias pode levar, no curto prazo, ao aumento dos preços dos combustíveis e ao risco de desabastecimento – não ‘apagões’ de combustíveis, mas dificuldades pontuais de atendimento ao mercado, especialmente de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha.
O portal EPBR informa que essas são as conclusões da auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a transição para o novo mercado de refino. De acordo com o relatório do TCU, faltam políticas para mitigar os riscos e problemas apontados. A
Agência EPBR resumiu as principais considerações do estudo. Entre elas, a falta de mecanismos para compensar o aumento dos combustíveis na transição para um mercado pulverizado; risco de desabastecimento pontual. O sumário executivo do relatório Riscos e Oportunidades da Transição para o Novo Mercado de Refino, publicado ontem (09/05), pelo TCU, pode ser acessado aqui.
Sem refinarias suficientes para descartar importação, Brasil pode ter falta de combustível se travar preços
Reportagem do jornal O Globo destaca que o novo reajuste do óleo diesel, de 8,87&, anunciado pela Petrobras para entrar em vigor hoje nas refinarias, não foi concedido apenas para que houvesse uma paridade do preço com a cotação internacional do petróleo. A correção não zerou a defasagem, mas é necessária para que não falte combustível nos postos do país. E isso ocorre por uma deficiência do Brasil na área de refino de derivados de petróleo.
O Brasil é exportador de petróleo, mas, ao mesmo tempo, importa derivados, especialmente o óleo diesel. Cerca de 20% dos derivados consumidos no país vêm de foral. A situação é resultado de um conjunto de refinarias que não são suficientes para dar conta da demanda nacional, além da integração global das cadeias do setor.
Para abastecer todos os postos do país, é preciso importar diesel e gasolina. Dessa forma, se a Petrobras se afasta muito do preço desses derivados no exterior, os importadores não podem competir com a estatal e tendem a reduzir as compras lá fora. Isso pode levar o país ao desabastecimento, até porque a produção nacional, mais barata, fica atraente para a exportação. O país também precisa importar óleo leve produzido no Oriente Médio especialmente para a produção de lubrificantes.
Sistema de bandeira tarifária soma déficit de R$ 13,3 bilhões, dizem distribuidoras
O Valor Econômico informa que o sistema de bandeiras tarifárias não cobriu todos os custos para os quais ele foi criado, em 2015, de acordo com estimativas da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee). Cálculos feitos pela associação apontam para um déficit da ordem de R$ 13,3 bilhões entre janeiro de 2015 e fevereiro de 2022.
A receita faturada pela Conta Bandeiras (que centraliza a arrecadação das bandeiras tarifárias nas contas de luz) no período foi de aproximadamente R$ 64 bilhões, ao passo que o custo total com previsão de cobertura pela conta foi de R$ 77,3 bilhões, de acordo com um documento apresentado pela Abradee à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Esse documento é uma contribuição à consulta pública da Aneel encerrada na semana passada, com foco no aperfeiçoamento do sistema de bandeiras para o ciclo 2022/2023. Nele, a Abradee destacou que desde a criação do sistema, os custos superaram as receitas em 45 dos 86 meses. “Ou seja, em mais de 50% dos meses, não houve cobertura suficiente para equalizar os custos relativos à geração de energia por fonte termelétrica e às exposições ao mercado de curto Prazo”, disse a Abradee na sua contribuição.
Aneel debate regras de leilões com geração a partir de resíduos urbanos e biogás
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (10/05) a consulta pública para discutir as regras de contratação de energia para o sistema elétrico por meio de projetos com início de suprimento em cinco anos (Leilão A-5) e seis anos (Leilão A-6). A disputa entre as empresas habilitadas nos dois certames está programada para o dia 16 de setembro.
Os dois leilões vão propor a contratação de termelétricas com geração de energia elétrica a partir da queima de resíduos sólidos urbanos e biogás — projetos que geram oportunidades para investidores tanto do setor elétrico quanto dos serviços de saneamento básico e coleta de lixo. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
De acordo com análise publicada no início da tarde pelo portal do Valor Econômico, os grandes bancos privados terminaram o primeiro trimestre um pouco mais otimistas do que começaram. O crédito deu o tom dos negócios, e os números são compatíveis com a onda de revisões para cima do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander apresentavam uma carteira de crédito de R$ 2,389 trilhões no fim de março, com crescimento de 13,3% em um ano. Em relação a dezembro, o volume aumentou 0,5%, mas nesse caso a comparação é prejudicada pela sazonalidade.