Investidores do mercado livre de energia ampliaram a participação nos novos projetos de geração no país, informa o Valor Econômico. De acordo com a reportagem, esse grupo de investidores responde por 83% do total de 45 gigawatts (GW) em potência das usinas em construção e com início de operação programado até 2026, segundo levantamento da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).
Do total de R$ 183 bilhões que serão destinados às novas usinas até 2025, R$ 152 bilhões ficarão por conta do mercado livre. Entre os tipos de fontes, os maiores destaques são da geração solar fotovoltaica e da eólica, com a fatia de 82% dos projetos. Os números levantados pela associação confirmam uma tendência já observada no início da pandemia da covid-19, quando a expansão da oferta de energia passou a ser puxada pelo mercado livre.
A reportagem ressalta que até então, esse papel cabia ao mercado regulado. Com o fechamento da economia em 2020, a queda no consumo e o aumento da inadimplência levaram à suspensão temporária dos leilões de contratação de novas usinas para atender à demanda das distribuidoras. Foi, então, que o mercado livre assumiu o protagonismo na expansão. A participação nos novos projetos subiu de 34% no início daquele ano para 72% em 2021. O incremento de 45 GW em capacidade de geração em cinco anos dará mais robustez ao sistema.
Hoje, o país conta com a disponibilidade de 183 GW, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Desse total, 56,3% são de grandes hidrelétricas, 24,6%, de termelétricas, 11,8%, de eólicas, 3%, de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), 2,7%, de solar, e 1%, de nuclear.
Setor elétrico avança em certificação de hidrogênio verde
A Folha de S. Paulo informa que o Brasil vai atuar na definição dos padrões de certificação internacional para a produção de hidrogênio verde, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A entidade diz que vai participar da criação de uma metodologia única que será desenvolvida durante cerca de dois anos em conjunto com especialistas do mundo inteiro, membros da Cigre, comunidade internacional do setor de energia elétrica.
“Se eu fizer uma certificação que só atende padrões nacionais, caso alguém queira exportar, não vai conseguir. Ou mesmo uma empresa com uma fábrica no Brasil, mas com capital internacional, uma multinacional, que geralmente precisa atender o padrão da matriz”, diz Ricardo Gedra, gerente de análise e informações ao mercado da CCEE.
A reportagem ressalta que, no Brasil, a CCEE participa de outro grupo de trabalho, junto com o Ministério de Minas e Energia, a Aneel, a Empresa de Pesquisa Energética, a Associação Brasileira do Hidrogênio, o Governo do Ceará e interessadas do setor privado, para discutir como as certificações serão concedidas no país.
Venda da Reman não garante preço menor de combustíveis
Reportagem do Valor Econômico destaca que, apesar de ampliar a diversidade de atores no refino no Brasil, a venda da refinaria Isaac Sabbá (Reman) da Petrobras, situada em Manaus (AM), ao grupo Atem pode não levar a uma efetiva redução de preços de combustíveis aos consumidores na região, segundo fontes do setor.
A venda foi aprovada pela superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na quinta-feira (12/05), sem restrições, o que pegou o mercado de surpresa, dizem executivos, pois um parecer inicial da Agência Nacional do Petróleo (ANP) havia apontado a necessidade de “remédios” na operação, para evitar concentração de mercado.
O Valor apurou que a operação será questionada por outras partes interessadas, com indagações aos sete conselheiros do Cade que vão votar a aprovação final do negócio no tribunal do órgão.
Não há como fazer mágica com preços da Petrobras, diz chefe do Cade
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Barreto, diz que não há mágica a ser feita pelo órgão sobre a política de preços da Petrobras. Barreto nega que haja pressões políticas para adoção de uma medida pelo conselho (que favoreça redução de preços).
“O Cade não tem competência para disciplinar a política de preços da Petrobras e não pode determinar a ela ou a qualquer empresa que pratique preço A ou B”, diz. “O Cade não vai interferir na política de preços da Petrobras”, afirmou. Barreto diz que o Cade pode até tomar atitudes contra a empresa caso conclua haver práticas anticoncorrenciais, inclusive em logística e atividades correlatas a combustíveis. Mas, em geral, processos como esse demoram de dois a três anos.
PANORAMA DA MÍDIA
Das 45 companhias que abriram o capital no ano passado, 36 registram queda na bolsa, operando muito abaixo do Ibovespa, segundo o Valor Data (serviço do Valor Econômico). Nesse cenário, pelo menos 14 empresas estão em conversas com assessores financeiros para buscar um investidor ou viabilizar uma fusão, apurou o Valor. De acordo com analistas, com a desvalorização dos papéis, fusões e aquisições são opções mais atraentes do que as ofertas subsequentes de ações (“follow-ons”), pela dificuldade de precificação. Quando foram à bolsa em 2021, essas companhias não contavam com juros altos, o que resultou no aumento das despesas financeiras. Além disso, a inflação e o cenário de incertezas contribuem para uma maior volatilidade do mercado acionário.
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O jornal O Globo informa que saques extraordinários do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) superam R$ 123 bilhões no governo Bolsonaro. A reportagem explica que, criado há quase seis décadas como uma poupança compulsória dos trabalhadores, o FGTS historicamente só dava acesso aos recursos em caso de aposentadoria, doença grave, compra de imóvel e morte, beneficiando os herdeiros. O governo de Michel Temer inaugurou, em 2017, o saque extraordinário para todos os cotistas de contas inativas do Fundo como forma de ajudar uma reação da economia. Diante do mesmo problema, o expediente foi apropriado e turbinado no mandato do presidente Jair Bolsonaro.
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Na formatura da primeira turma da Universidade de São Paulo, desde a implementação da política de cotas para estudantes de escolas públicas e para pretos, pardos e indígenas, uma pesquisa inédita obtida com exclusividade pela Folha de S. Paulo revela que o desempenho dos cotistas foi pouco inferior ao dos demais alunos e melhorou progressivamente ao longo do curso, tornando a distância entre as notas cada vez menor. O estudo acompanhou por quatro anos as notas dos cerca de 11 mil ingressantes da capital paulista de 2018, quando começou o programa de cotas. Parte desses estudantes, aqueles das faculdades de quatro anos de duração, graduaram-se no início de 2022, em razão do atraso da pandemia, e estão recebendo agora o diploma.
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Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca que o emprego de armas de choque cresceu substancialmente em ações da Polícia Militar de São Paulo no último ano. Em 2021, os gatilhos desse tipo de armamento foram acionados 344 vezes, ante as 112 ocorrências de 2020 e as 27 de 2019. Os dados refletem uma tendência impulsionada pela aquisição de mais equipamentos, que devem chegar a 13 mil até o fim do ano, e que também já existe em outros Estados brasileiros. A adoção desse modelo de armamento integra os esforços para redução da letalidade policial, que chegou a bater recorde no primeiro semestre de 2020 nas cidades paulistas. Especialistas alertam que as armas de choque, consideradas menos letais, ainda demandam um controle rigoroso sobre o seu uso, com protocolos e treinamento – duas mortes em ocorrências no Estado estão sob investigação.