O ministro da Economia Paulo Guedes participou evento do TC Mover nesta quinta-feira, 19 de maio, em que tratou de perspectivas para o setor energético caso o atual governo seja reeleito. Entre os pontos destacados, esteve a destinação dos recursos captados por sua agenda de privatização para fundos sociais e de infraestrutura.
Para isso, Guedes prevê um fundo de construção nacional, que dê continuidade à capacidade de investimento no setor público. “Por exemplo, para uma usina hidrelétrica em Roraima, que tem um rio com uma garganta profunda para abastecer o Norte e Nordeste inteiros. Dá para fazer algo com muito mais potência que Itaipu”.
Sobre as críticas recebidas quanto ao número entregue de sua agenda de privatizações, o ministro declarou que leva tempo. “Por que a tem dificuldade às vezes em privatizar? Porque o horizonte político é muito longo. Você vende esse ano para reduzir a dívida PIB no ano que vem, para abaixar a despesa no outro ano. Isso é uma eternidade para a política. Agora, e se você falar assim: vende a estatal hoje e 20% a 30% vou dar para o pobre na hora, para acabar com a desigualdade no Brasil?”
Além disso o ministro destacou que focou na desverticalização das subsidiárias. “Vendemos R$ 240 bilhões de estatais e fiz a devolução de R$ 260 bilhões com a desalavacangem de bancos públicos (…) Privatizamos várias subsidiárias primeiro para depois focar a empresa no core business dela, porque o sujeito está desde a exploração de petróleo até a venda de espelhinho no Aterro do Flamengo”.
Segundo Guedes, assim foi feito com a Eletrobras, fase por fase, passando por geração, transmissão e distribuição de energia, e o mesmo pode ser feito com a Petrobras, com a produção, transporte e distribuição dos combustíveis.
“Hoje falta petróleo. Quem sabe se privatizar a Petrobras vai ter petróleo e todo mundo vai entrar [investidores estrangeiros]. Nos Estados Unidos tem 35 petroleiras extraindo petróleo”, falou o ministro da Economia.