A Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) procurou a Petrobras para renegociar os preços do gás natural fornecido pela empresa boliviana, em meio a um cenário de alta da cotação do insumo no mercado internacional, mas não obteve resposta formal da estatal brasileira até o momento, conforme apurou o Valor Econômico.
A reportagem destaca que a negociação de gás natural entre a YPFB e a Argentina que reduziu a entrega para a Petrobras em 30% (6 milhões de milhões de m3 /dia) teve motivação apenas comercial. A Argentina tem alto consumo de gás no inverno, para calefação. Diante desse cenário, a YPFB viu uma oportunidade de negociar com o país, mesmo tendo que arcar com o custo de uma cláusula chamada “delivery or pay”.
Isso porque o contrato com a Petrobras prevê o fornecimento de 20 milhões de m3 /dia, com entrega mínima de 14 milhões de m3 /dia – uma cláusula prevê o pagamento do valor do gás em caso de entrega abaixo do valor contratado. O valor pago pela Petrobras, hoje, é de US$ 7 por um milhão de BTU (British thermal unit), unidade de medida não métrica utilizada para gás. Seguindo o contrato, a empresa manteve o fornecimento mínimo e negociou os 6 milhões de milhões de m3 /dia por US$ 19/MMBTU (milhão de BTU). Como a YPFB pagaria os mesmos US$ 7/MMBTU para a Petrobras, a empresa ainda teria um ganho de US$ 12/MMBTU.
Câmara aprova urgência para projetos que podem reduzir conta de luz e preços dos combustíveis
A Câmara dos Deputados aprovou a tramitação, em regime de urgência, de dois que podem diminuir a conta de luz e o preço dos combustíveis. Os dois projetos foram escolhidos pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), como prioridades da Câmara desta semana.
Um dos textos propõe reduzir o preço da conta de luz para o consumidor, ao reembolsá-lo de cobranças indevidas de impostos. O outro prevê mudanças para dar mais transparência sobre as regras de composição de preços de derivados de petróleo praticados pela Petrobras. Na prática, esse projeto tem potencial de modificar a política de preços da companhia.
No caso da proposta de devolução tributária, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) terá de regulamentar a devolução de valores recolhidos indevidamente em descontos na conta de luz, e valem para alterações de normas ou decisões administrativas e judiciais que reduzam tributos. (O Globo)
Térmicas de certame emergencial podem ser reavaliadas
O Valor Econômico informa que o Tribunal de Contas da União (TCU) estuda propor ao Ministério de Minas e Energia (MME) uma reavaliação dos contratos das 17 usinas vencedoras do leilão de geração emergencial de energia, a fim de buscar as melhores soluções para cada caso, que passam pela manutenção dos acordos, a rescisão unilateral ou a busca de uma solução negociada caso a caso.
Essa revisão, segundo o TCU, justifica-se pela atual situação hidrológica e pelos altos valores envolvidos. O custo estimado para os consumidores é de R$ 39 bilhões. O leilão aconteceu sob incertezas quanto às chuvas no período úmido e com níveis dos reservatórios muito baixos.
As chuvas vieram e de forma expressiva; com isso, as usinas, que deveriam iniciar operação comercial no dia 1º de maio e fornecer energia por 44 meses, passaram a ser vistas como desnecessárias. Apenas uma entrou em operação naquela data e as outras não têm nem perspectiva de quando começam a gerar.
Consumo de energia no país bate recorde em abril
O consumo de energia elétrica no Brasil em abril foi de 43.123 gigawatts-hora (GWh), o maior volume da série histórica, medida desde 2004, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Em relação a abril de 2021, a demanda teve aumento de 1,2%, puxada pelo crescimento no consumo da classe comercial, que aumentou 12,9%.
A indústria registrou aumento de 0,4% na demanda, com consumo de 15.266 GWh, o maior para abril desde 2013. Já o consumo de energia elétrica das residências caiu 3,6%. Segundo a EPE, a queda reflete a redução do ciclo de faturamento de algumas distribuidoras e o clima chuvoso em algumas regiões do país no mês.
Ao todo, no acumulado em 12 meses até abril, o consumo nacional de energia elétrica registrou 502.938 GWh, crescimento de 3,4% comparado com o período imediatamente anterior. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
Para evitar o risco de falta de diesel na segunda metade do ano, o governo estuda duas opções para reforçar o armazenamento do produto no mercado doméstico. A primeira é elevar o estoque obrigatório mantido pelas distribuidoras. A outra é aumentar o percentual de participação do biodiesel, atualmente em 10%, na mistura final comercializada nos postos de combustíveis. As iniciativas podem contribuir para aumentar os estoques de diesel, mas não ajudam a conter o aumento dos preços. (Valor Econômico)
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A recuperação do mercado de trabalho levou o país, segundo o INGE, a registrar a redução da taxa de desemprego para 10,5% no trimestre encerrado em abril. A remuneração do trabalho ficou estável, com valor médio de R$ 2.569, na comparação com o trimestre anterior e recuou 7,9% em relação ao patamar registrado há um ano. (O Globo)
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Cerca de 6 milhões de clientes de planos de saúde no Brasil estão nas faixas etárias em que a lei permite o aumento da mensalidade pelo critério de idade, além do reajuste anual do valor. A estimativa é do grupo de pesquisadores liderado por Lígia Bahia, professora associada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No total, o país tem 41,9 milhões beneficiários de convênios médicos. Nem todos, porém, terão esse aumento acumulado: parte dos contratos de planos empresariais, por exemplo, não prevê esse tipo de elevação de preço. (O Estado de S. Paulo)