Um dia após a renúncia coletiva de nove integrantes do conselho de administração da Eletrobras, a companhia informou no último domingo, 19 de junho, que um grupo de acionistas da empresa indicou uma lista de nomes para o colegiado, incluindo o de Ivan Monteiro, ex-presidente da Petrobras e considerado o principal responsável pela recuperação financeira da petroleira.
Entre os acionistas que assinam a lista estão as gestoras 3G Radar, SPX, Vinci Equities e XP, além do Banco Clássico, que possui participação expressiva em empresas de energia do país.
Além de Monteiro, os outros indicados são Carlos Augusto Piani, Marcelo Gasparino, Marisete Pereira, Octavio Lopes, Vicente Falconi, Daniel Alves Ferreira, Felipe Vilela Dias e Marcelo de Siqueira Freitas. Os três últimos fazem parte da formação atual do conselho.
Como o estatuto social da Eletrobras prevê que o presidente da empresa “será escolhido dentre os membros do conselho de administração”, tudo indica que o futuro presidente da companhia pode ser um dos nomes dessa lista.
Nove dos dez conselheiros da estatal renunciaram ontem, citando, como motivo, o “histórico e exitoso processo de capitalização” da companhia. A companhia tem 11 conselheiros, mas uma posição estava vaga. Apenas não renunciou o conselheiro representante dos empregados da companhia, Carlos Eduardo Rodrigues Pereira, que possui processo de eleição em separado, de acordo com o estatuto social da Eletrobras.
A eleição dos novos conselheiros será realizada em assembleia de acionistas ainda a ser convocada. Até lá, os conselheiros que apresentaram renúncia permanecerão nos cargos.
Para a agência de classificação de riscos Moody’s, a renúncia dos integrantes do conselho da Eletrobras era esperada após a privatização da empresa, devido a mudança na composição dos acionistas. “Esperamos que a empresa tenha uma nova diretoria aprovada pela assembleia geral de acionistas no próximo mês”, afirmou a vice-presidente adjunta da Moody´s, Aneliza Crnugelj.
“A Moody’s entende que a privatização provavelmente melhorará a governança corporativa por causa do controle amplamente distribuído e dará maior autonomia de tomada de decisão da administração, já que o governo não terá mais uma maioria de votos diretos, dando-lhe menos influência nos investimentos futuros da empresa e nas decisões de negócios”, completou a especialista.
*Texto atualizado às 15h09 para inclusão de informações.