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Expansão da GD solar demandará investimentos de US$ 23,2 bilhões até 2031

Expansão da GD solar demandará investimentos de US$ 23,2 bilhões até 2031

Novo levantamento divulgado nesta sexta-feira, 22 de julho, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em parceria com o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) e o Fórum Econômico Mundial (WEF), prevê que a capacidade instalada de geração solar distribuída atingirá 37,2 GW até 2031, após as últimas mudanças regulatórios da Lei 14.300/2022. O montante significaria um aumento de 220% e um investimento de cerca de US$ 23,2 bilhões no período.

Apesar de definir o mercado de geração distribuída como “atraente” do ponto de vista do financiamento, o documento aponta alguns obstáculos para o desenvolvimento do setor, entre eles, a adoção de tecnologias pela sociedade, além de riscos políticos, regulatórios e de transmissão.

 Para solucionar esses problemas, o estudo aponta que diretrizes relacionadas ao escalonamento da GD solar poderiam melhorar significativamente esses obstáculos, mas que precisaria de mais US$ 36,6 bilhões em investimentos até 2030. O aporte adicional seria utilizado para apoiar desenvolvedores, bancos e financiadores de ações enquanto ocorre o aprimoramento da padronização e do dimensionamento das boas práticas existentes nos modelos de financiamento.

“Esse é um mercado relativamente jovem no Brasil e que se beneficiaria desse arcabouço para melhorar a confiança e a familiaridade dos investidores nos diversos tipos de projetos que a modalidade oferece”, diz o levantamento.

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Além do financiamento para GD, o documento intitulado Mobilizing Investment for Clean Energy in Brasil Country Deep Dive apresentou outras duas áreas prioritárias que precisam de iniciativas futuras de política, planejamento e regulação: o acesso à energia renovável pelos sistemas isolados e a modernização das hidrelétricas.

Modernização das UHEs

A modernização das hidrelétricas poderia resultar em 4,7 GW de energia adicional ao sistema elétrico brasileiro, sendo necessário US$ 15 bilhões em investimentos nos próximos oito anos, ao mesmo tempo que a atualização do sistema traria a redução de 57 milhões de toneladas de CO2 por conta do deslocamento de térmicas a gás natural, apontou o BID.

“Com muitas hidrelétricas em operação há mais de 30 anos, modernizar a infraestrutura existente apresentaria vantagens como aumentar a produção de energia, eficiência, disponibilidade, segurança e capacidade de reserva, além de reduzir interrupções não planejadas e os impactos socioambientais negativos”, diz o documento.

Segundo o relatório, uma mudança regulatória poderia remover barreiras à comercialização de novos serviços nesse ativo, reformar ou repotencializar – aumentando os investimentos ou financiamento nas obras.

Entre as sugestões para novas normas, está a ampliação dos contratos de concessão, alocação de garantia física decorrentes de melhorias, expansão para descarte gratuito do gerador, prorrogação do prazo de concessão em até 20 anos para amortizar os aportes e uma remuneração adequada para a prestação de serviços auxiliares. 

Sistemas isolados

Por fim, o documento propõe a criação de uma plataforma para produtores independentes de energia (IPPs) existentes pós-leilão, com o objetivo de encontrar desenvolvedores, suporte técnico, de marketing e financeiro para integrar as energias renováveis e criar modelos de geração híbrida em sistemas isolados. A EPE informou que tem como objetivo alcançar um projeto piloto até 2023, incentivando o desenho de linhas de crédito específicas para projetos nesses ambientes.