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Riscos ambientais limitam desenvolvimento de novas hidrelétricas na América Latina, diz Moody’s

Riscos ambientais limitam desenvolvimento de novas hidrelétricas na América Latina, diz Moody’s

As hidrelétricas são fundamentais no abastecimento de energia dos países da América Latina, mas os altos custos de desenvolvimento, combinados aos riscos de construção e às incertezas climáticas, indicam que essa fonte atingiu seu auge na região, e deve começar a recuar a partir de 2022, de acordo com relatório da agência de classificação de riscos Moody’s.

“As dificuldades na construção de novas hidrelétricas distantes dos centros de consumo indicam que a oferta adicional de geração vai exigir outras fontes, principalmente o gás natural, para aumentar a resiliência dos sistemas elétricos da região, e projetos das fontes solar e eólica para que as metas climáticas possam ser cumpridas”, diz o documento.  

A Moody’s lembra que, ainda que a maior parte da geração de energia da América Latina seja renovável, reduzindo a urgência de investimentos em redução de emissões de gases poluentes – do ponto de vista do crédito -, as hidrelétricas ainda são fundamentais para garantir uma oferta de energia elétrica limpa e barata, ao mesmo tempo em que ajudam na flexibilidade operacional dos sistemas devido ao crescimento das fontes intermitentes, como eólica e solar. 

Desafios

O relatório destaca que as crises hídricas recentes, com destaque para a crise enfrentada no Brasil em 2021, trouxeram danos operacionais e financeiros para as donas de hidrelétricas, que precisaram comprar energia no mercado e tiveram seus respectivos fluxos de caixa pressionados.

Segundo a agência, uma das principais barreiras para que novas hidrelétricas saíam do papel é o risco financeiro, mas os riscos de construção também são altos, inclusive em relação às empreiteiras contratadas. É o caso da hidrelétrica de Santo Antonio, no rio Madeira (RO). A Moody’s lembrou que a concessionária perdeu uma arbitragem para seu consórcio construtor recentemente, a obrigando a desembolsar R$ 1,58 bilhão, montante que foi obtido com um aporte de uma das suas sócias, Furnas.