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Argo Energia compra ativos da Brookfield e aumenta poder das colombianas em transmissão no Brasil

Argo Energia compra ativos da Brookfield e aumenta poder das colombianas em transmissão no Brasil

O Grupo Energía Bototá (GEB) acaba de aumentar de forma significativa sua presença no setor de transmissão no Brasil, ao fechar a compra de cinco concessões detidas pela Quantum, veículo de investimentos da canadense Brookfield, por US$ 834 milhões, ou cerca de R$ 4,3 bilhões. 

A aquisição foi fechada por meio da Argo Energia (sociedade comprada pelo GEB e pela espanhola Redeia em 2019) e da Gebbras Participações (controlada do GEB). As linhas de transmissão adquiridas ficam nos estados Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte, e somam 2.416 km, além de 20 subestações.

A Argo ficará com 62,5% dos ativos, e contará com uma capitalização dividida igualmente entre seus sócios, a GEB e a espanhola Redeia (antiga Red Eléctrica) para fazer frente aos investimentos necessários. A Gebbras, que já opera 1.094 km em linhas de transmissão no Brasil, vai arcar com os 37,5% do negócio.

Com a compra, a Argo vai mais que dobrar de tamanho. Atualmente, a companhia tem 1.743 km em linhas de transmissão e 13 subestações no Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Rondônia.

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A companhia foi fundada pelo Pátria em 2016, quando os leilões de transmissão voltaram a ter taxas de retorno atrativas e muitos agentes do mercado financeiro começaram a olhar para o segmento. A gestora conseguiu levar alguns ativos no começo, mas a entrada de novos agentes deixou as disputas cada vez mais competitivas. Sem a rentabilidade desejada nos certames, o Pátria colocou a Argo à venda, e o negócio foi vendido aos colombianos e espanhóis no fim de 2019, por R$ 3,5 bilhões.

Em comunicado ao mercado, a  Argo disse que a aquisição vai permitir que a empresa se posicione como uma das transmissoras privadas líderes no mercado de energia na região nordeste do país, uma das áreas com maior potencial de energia renovável e necessidade de desenvolvimento de redes de transmissão.

“É um passo importante não apenas para a companhia, mas também para a Colômbia, porque temos que pensar na energia como nosso setor de maior projeção internacional. Podemos ser um pilar da interconexão latinoamericana e o motor da eletrificação das Américas”, disse, em nota, o presidente do GEB, Juan Ricardo Ortega.

Além do GEB, o setor de transmissão brasileiro tem forte presença da estatal colombiana ISA, que controla a Cteep e está no bloco de controle da Taesa. Desde o ano passado, a ISA é controlada pela também estatal colombiana Ecopetrol.