Os gastos com serviços do setor energético estão no topo das preocupações dos consumidores brasileiros em relação ao orçamento doméstico, atrás somente dos custos com alimentação. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) em conjunto com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).
De acordo com os dados obtidos, 94% dos entrevistados acreditam que os altos preços dos produtos estão impactando mais o orçamento neste início de semestre, na comparação com o primeiro semestre de 2022. O preço da conta de luz foi destaque na pesquisa, sendo que para 47% dos entrevistados, o valor é ruim ou péssimo.
Além disso, mais de 60% dos consumidores admitiram desconhecer os componentes da conta, e para nove em cada dez entrevistados, este encargo está pesando mais no bolso agora do que há cinco anos.
“Para os que responderam que a conta de energia está muito cara ou cara, o principal motivo são os impostos, encargos e taxas embutidos. A falta de gerenciamento dos reservatórios de água e o domínio do setor por poucas empresas também são fatores citados pelos consumidores, mais ainda que a falta de concorrência e escassez de chuvas”, avalia a pesquisa.
Somado a isso, o estudo mostra que os consumidores reconhecem o potencial energético do Brasil, e que acreditam que a proteção do meio ambiente deva ser priorizada. Entretanto, seis em cada dez entrevistados não aceitariam pagar mais caro para utilizar energia proveniente de fontes renováveis.
Com relação à percepção dos consumidores sobre uma eventual crise energética, a opinião geral é de que existe um risco real devido, sobretudo, à ausência de políticas de investimentos para o setor. Esse tema, entretanto, fica atrás de questões sobre preços de energia e fontes renováveis em importância para os consumidores brasileiros.