Itaipu Binacional vai subsidiar com US$ 220 milhões (R$ 1,128 bilhão, no câmbio de ontem) este ano a redução nas contas de energia dos consumidores brasileiros com a queda da tarifa de energia da usina. Ontem (09/-8), brasileiros e paraguaios firmaram acordo sobre a nova tarifa para 2022, que será de US$ 20,75 por kilowatt (KW), redução de 8,2% ante os US$ 22,60/KW cobrados desde 2009.
O Valor Econômico explica que o subsídio vai se dar na diferença de US$ 1,78/KW entre os US$ 18,97/KW calculados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pleiteados pelo Brasil e a tarifa efetivamente acordada ontem entre os dois países. No entanto, fontes a par do tema estimam que o montante a ser bancado pode se aproximar dos US$ 300 milhões (R$ 1,539 bilhão).
As discussões sobre a nova tarifa tiveram início em outubro e vinham girando num impasse, porque o Paraguai queria manter a tarifa anterior e o Brasil queria reduzi-la. Com a necessidade de definir um valor para 2022, a Aneel aprovou provisoriamente os US$ 18,97/KW pretendidos pelo Brasil, até a definição do novo custo. Esse será o valor efetivamente cobrado dos consumidores nas contas de luz. O subsídio dos US$ 1,78/KW restantes será bancado por uma conta de comercialização que a empresa utiliza, como uma espécie de fundo, para arrecadação das receitas e custeio de despesas da usina.
Oportunidade para o dinheiro ‘verde’ vão de mercado de carbono a bioeconomia
O jornal O Globo traz hoje (10/08) uma reportagem a respeito de oportunidades de investimentos criadas a partir de práticas ambientais, sociais e de governança, conhecidas pela sigla em inglês ESG, com foco em desenvolvimento sustentável.
A reportagem menciona que antes mesmo da pandemia, comunicados de Larry Fink, presidente da gestora BlackRock, que administra quase US$ 10 trilhões, convocavam o mercado de investimentos a embarcar de vez na temática ESG. Ainda que a combinação de resultados financeiros e retorno para a sociedade nem sempre seja compreendida pelo mercado, segundo especialistas ouvidos pela reportagem da série “Prática ESG”, esses assuntos são tendências cada vez mais presentes nas discussões sobre dinheiro.
Exemplo disso está no relatório global de “supertendências” do banco Credit Suisse deste ano. Dos seis macrotemas em que os investidores devem ficar de olho na opinião dos analistas, dois são diretamente relacionados a sustentabilidade – sociedades ansiosas e mudanças climáticas – e outros dois têm intrínseca relação, como infraestrutura e valores da geração do milênio. Com a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), realizada em novembro do ano passado, o mercado de carbono também entrou no radar.
Sudeste teve o maior recuo da gasolina em julho, diz pesquisa
A região com o maior recuo no preço da gasolina em julho foi o Sudeste, segundo levantamento da empresa de gestão de frota Ticket Log. O valor do combustível fechou o mês em R$ 6,18, cerca de 18% abaixo de junho. O resultado acontece após a queda de 4,9% no preço repassado para as refinarias, anunciada no mês passado, o que reduziu em 14% a média nacional acumulada. (Folha de S. Paulo)
Congresso cede a interesses e joga na conta de luz
A Folha de S. Paulo informa que o engenheiro Luiz Eduardo Barata, que atua no setor de energia elétrica, assume nesta quarta-feira (10/08), a presidência de um novo organismo, a Frente Nacional dos Consumidores de Energia, que reúne grandes entidades dessa área. A frente vai atuar no que considera um novo foco gerador de aumentos no custo da energia no Brasil, o poder político.
Barata afirma que o recente protagonismo de políticos na área de energia, especialmente parlamentares do Congresso Nacional, deteriorou o ambiente para a tomada das decisões técnicas, um dos pilares do setor. Segundo Barata, sensíveis a grupos de interesse, deputados e senadores utilizam o instrumento das emendas para beneficiar empresas e setores, jogando os custos, muitos deles bilionários, para o consumidor de energia pagar.
“Os consumidores estão participando desse mercado como meros pagadores da conta, sem protagonismo nas discussões”, afirma Barata. “Queremos espaço para chegar lá é dizer ‘isso aí está ruim’.”
PANORAMA DA MÍDIA
O anúncio da deflação do IPCA de julho, um recuo de 0,68%, é destaque na edição de hoje (10/08) dos principais jornais do país. O Valor Econômico, por exemplo, explica que apesar da queda do índice, a alta dos preços de alimentos e serviços continua pressionando a inflação. Com grande peso na cesta de consumo dos mais pobres, a alimentação no domicílio subiu 1,47%, elevando o acumulado em 12 meses para 17,49%.
Com as desonerações promovidas pelo governo, o IPCA de julho foi o menor para um mês em toda a série histórica do índice, iniciada em 1980, e a primeira desde maio de 2020 (-0,38%). O resultado em 12 meses caiu de 11,89% em junho para 10,07% no mês passado. Outras informações em Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo.