Depois de iniciar um movimento de expansão para além das fronteiras de Minas Gerais na década de 1990, a Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig) volta às suas origens. A estatal, fundada há mais de 70 anos, está se desfazendo de negócios fora do estado e apostando em investimentos dentro do território mineiro, conforme destaca reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Hoje a empresa de energia elétrica tem o maior programa de investimento da história, de R$ 22,5 bilhões até 2025. “Queremos voltar a ser uma indutora do crescimento de Minas”, afirma o presidente da companhia, Reynaldo Passanezi.
No comando da Cemig desde o início de 2020, o executivo fez um amplo ajuste nas contas e estruturas da estatal para retomar o processo de investimentos.
O ponto de partida foi definir três pilares: ser eficiente, cumprir a política de dividendos e se desfazer de ativos fora da estratégia da empresa. Para ter ideia, diz ele, entre 2009 e 2018, a empresa gastou R$ 8 bilhões de despesas operacionais acima do valor do limite regulatório, reconhecido pela agência na tarifa. Em 2021, esse montante ficou R$ 448 milhões abaixo do limite.
CCEE aponta para aumento de 2,6% no consumo de energia elétrica do Brasil em julho
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informa que, em julho, o Brasil consumiu 63.083 megawatts médios de energia elétrica, variação positiva de 2,6% em relação ao mesmo período de 2021. No comparativo anual, a demanda segue em alta desde fevereiro, puxada principalmente por setores como serviços, bebidas e madeira, papel e celulose.
O cenário é observado especialmente na indústria e grandes empresas, como shoppings e redes de varejo, que negociam o insumo no mercado livre. Em julho, o ambiente consumiu 23.458 MW médios, montante 7,1% maior na comparação com igual período do ano anterior. Outros 39.625 MW médios foram demandados pelo mercado regulado, que abastece residências e pequenas empresas. No segmento, houve leve alta de 0,3%, reflexo da elevação da temperatura em boa parte do país, exceto na região Nordeste.
Sobrecontratação de energia das distribuidoras é de 8% em média, estima Abradee
A sobrecontratação de energia elétrica das distribuidoras do país está atualmente em torno de 8%, em média. A estimativa é do presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Madureira. O cenário é resultado da crescente migração de consumidores para o ambiente de contratação livre e para a modalidade de geração distribuída, conforme ressalta reportagem do portal Energia Hoje.
Devido a esses fatores, as distribuidoras declararam ausência de demanda de contratação de energia para o leilão A-6, que estava previsto para ser realizado em setembro, mas foi cancelado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) nesta semana. Já o A-5, marcado para 16 de setembro, está mantido.
Em entrevista ao portal Energia Hoje, Madureira disse que, diante da tendência de diminuição do mercado regulado, se as distribuidoras fizerem contratações serão pontuais, para acertar alguma saída de contrato que possam vir a ter. Ele defendeu a importância de se criar um tratamento adequado para a diferença de custos que existe entre os mercados regulado e livre para que a migração ocorra de maneira saudável, sem deixar custos para os consumidores que permanecem no ambiente regulado.
Segundo Madureira, a maneira que tem sido feita a migração produz uma diferença de custos, pois no mercado livre a energia contratada é principalmente das fontes mais baratas, que são as renováveis. Ele sinalizou que o ambiente de contratação regulado também utiliza renováveis, mas precisa adquirir as demais fontes para assegurar a confiabilidade do sistema elétrico.
Com escassez de energia, Pequim eleva uso de carvão
A China oferecerá assistência às usinas de carvão para manter o fornecimento de eletricidade, diante da explosão da demanda pelo combustível por causa da onda de calor e da seca no sudoeste. Uma onda de calor que já dura meses e a falta de chuvas praticamente secaram as represas em Sichuan, uma província de 80 milhões de habitantes que depende de energia hidrelétrica em sua maior parte.
Isso obrigou as autoridades locais e do município vizinho de Chongqing a pedirem às empresas que fechem suas fábricas temporariamente. O vice-premiê da China, Han Zheng, disse na quarta-feira (17/08) que Pequim fornecerá apoio ao setor de carvão, depois que o Ministério do Planejamento anunciou que o consumo diário do combustível pelas usinas do país aumentou 15% ao ano nas duas primeiras semanas de agosto. (Valor Econômico – conteúdo Financial Times)
Rússia ameaça desligar maior usina nuclear da Europa, e Ucrânia diz que medida pode causar desastre
A Rússia disse ontem (18/08) que pode desligar a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, após os bombardeios em seu entorno que aumentaram tensões internacionais sobre um possível desastre nuclear. Em resposta à ameaça russa, a Ucrânia disse que o fechamento da usina pode colocar toda a Europa em perigo.
A declaração de Moscou acontece no dia em que o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, encontraram-se com o presidente da Ucrânia, Volodymr Zelensky, em Lviv, para discutir o acordo de grãos e a reconstrução do país invadido. O encontro também abordou a usina de Zaporizhzhia. (Valor Econômico)
Putin concordou em receber missão internacional na maior usina nuclear da Europa, diz Macron
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordou em receber uma delegação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, segundo o presidente da França, Emmanuel Macron. Os dois líderes conversaram por telefone nesta sexta-feira (19/08), em uma ligação que girou em torno da situação em Zaporizhzhia, uma usina da Ucrânia que está sob domínio da Rússia.
Macron justificou a conversa pela necessidade de preservar a segurança nuclear da Europa. Nas últimas semanas a região se tornou o principal ponto de atenção do conflito, com diversos ataques na área da usina que colocavam em cheque a integridade do local, ameaçando uma tragédia nuclear de largas proporções. Diante das tensões crescentes em Zaporizhzhia, a ONU através da AIEA pressionou a Ucrânia e a Rússia para receberem uma delegação da agência para averiguar a situação de manutenção e operação da usina. Apesar de estar sob domínio russo, o local ainda é operado por ucranianos. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
A Folha de S. Paulo informa que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu procedimentos internos para verificar se Vivo, Claro e Tim estão cumprindo suas obrigações na instalação das redes 5G. A informação foi dada pelo conselheiro Moisés Moreira, que preside o Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência, o comitê do 5G.
A agência mudou, ontem (18/08), o prazo máximo para que o serviço seja implementado nas 27 capitais. A nova data agora é 28 de outubro. Até lá, no entanto, Moreira afirmou que a agência nada pode fazer para punir as empresas pela qualidade do novo serviço, que vem se mostrando instável nas 12 capitais onde já existe operação comercial.