O recente pacote de incentivos de US$ 430 bilhões sancionado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, deverá aumentar a capacidade instalada de energia solar e eólica onshore no país em 40% até 2030, injetando mais US$ 270 bilhões em investimentos de novos empreendimentos, segundo análise divulgada nesta semana pela consultoria Rystad Energy.
A casa de análise prevê que os Estados Unidos devem arrecadar o montante adicional graças à expansão dos créditos fiscais disponíveis na ‘Lei de Redução da Inflação’. Esses estímulos deverão aumentar a capacidade eólica instalada em até 193 GW até 2030,anteriormente a previsão era de 140 GW, alcançando 280 GW até o final da década.
Com relação às instalações solares, elas devem obter um aumento de cerca de 70 GW de potência até 2030, chegando a capacidade instalada de 270 GW. De acordo com a consultoria, o impacto da lei na indústria solar será significativo, mas não imediato, já que o setor ainda está lidando com os efeitos compensatórios sobre as importações de painéis do sudeste asiático, a proibição do polissilício da província chinesa de Xinjiang e as filas de interconexão acumuladas. Dessa forma, o efeito total dos novos incentivos não será realizado até 2024.
“A Lei de Redução da Inflação é um divisor de águas para a indústria eólica e solar dos EUA. Os créditos fiscais no projeto de lei fortalecerão a viabilidade econômica do desenvolvimento de novos projetos e impulsionarão a tendência de crescimento dos mercados eólico e solar nesta década e além. Em particular, espera-se que o crescimento da capacidade eólica onshore, que deveria desacelerar até 2030, recupere o impulso no final da década ”, diz Marcelo Ortega, analista de energia renovável da Rystad Energy.
Paralelamente, a consultoria espera que o pacote de incentivos também abra novas fronteiras de possibilidades para outros segmentos, como os de hidrogênio e nuclear.