O Complexo Industrial Portuário de Suape, localizado no cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, lançou na última semana uma chamada pública para empresas interessadas na instalação de uma planta industrial produtora de hidrogênio verde (H2V) na área. As companhias têm até o dia 27 de setembro para encaminhar suas propostas.
O complexo portuário estima que o projeto deverá gerar 1 GW de capacidade de eletrólise, reunindo investimentos de R$ 20,3 bilhões, com previsão para início de operação em 2025. O prazo de arrendamento da área do Porto de Suape é de 25 anos, com possibilidade de renovação por igual período.
O projeto vai contemplar duas unidades industriais produtoras de hidrogênio azul, a partir da reforma de vapor do metano, como insumo para posterior produção de amônia em outras duas unidades a serem implantadas também em Suape.
Primeiro projeto de hidrogênio da Qair
A chamada pública do estado vem na sequência da aprovação do complexo para o primeiro projeto de produção de hidrogênio verde e azul da produtora independente de energia renovável Qair, ex-grupo Lucia. Chamado de H2’Suape, o empreendimento de ser instalado no município do Ipojuca, litoral sul de Pernambuco, em áreas da Zona Industrial Portuária (ZIP) do Porto de Suape.
O projeto contará com a instalação de plantas de produção de hidrogênio verde e de hidrogênio azul, que servirão de insumos para posterior produção de amônia anidra (NH3), oxigênio industrial puro (O2) e dióxido de carbono (CO2).
A companhia pretende comercializar sua produção de NH3 verde e azul para atendimento da demanda, que em sua maior parte, será destinada para exportação dos mercados europeus e norte-americano. A empresa também pretende direcionar o O2 e o CO2 para indústrias localizadas no raio de abrangência do Porto de Suape.
Cada unidade industrial terá a capacidade de produzir, aproximadamente, 465 mil toneladas de amônia verde e 545 mil toneladas de amônia azul por ano. O investimento necessário para a viabilização completa do empreendimento é de, aproximadamente, US$ 3,8 bilhões.
A empresa manifestou interesse em arrendar uma área no porto em março deste ano, prevendo uma movimentação portuária através de Suape de 40 mil toneladas de amônia líquida a cada cinco dias, após as quatro fases do projeto serem concluídas.
“A chegada de uma planta desse porte, além reforçar nosso compromisso com a sustentabilidade, mostra que o porto tem muito potencial para se tornar um dos mais importantes do continente e do mundo”, disse o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão.