Micro e minigeração distribuída

Projetos de GD devem movimentar operações de fusões e aquisições nos próximos anos

Projetos de GD devem movimentar operações de fusões e aquisições nos próximos anos

Os próximos dois a três anos devem ter grande movimentação de processos de fusão e aquisição (M&A, no jargão em inglês) de empresas que atuam com geração distribuída, de acordo com especialistas que participaram do evento Lefosse Energy Day nessa quarta-feira, 31 de agosto.

Segundo Pedro Mateus, presidente da Faro Energy, as oportunidades de M&A em GD não são novidade, mas o movimento era limitado a projetos pontuais e de pequeno porte quando comparados ao setor de energia como um todo.

“Estamos vendo que, a medida em que o setor evolui, surgem plataformas que podem estar distressed [com problemas financeiros], ou até mesmo financeiros que estão planejando a saída [do mercado] em algum momento. Estamos nos preparando com otimismo para iniciar a consolidação do mercado”, disse Mateus.

Essa consolidação está relacionada com as consequências da chamada “corrida do ouro” vivida atualmente pelo setor de GD, devido aos prazos colocados pelo marco legal sancionado em janeiro deste ano. Para garantir as condições de compensação dos créditos gerados, os empreendedores precisam obter parecer de acesso até o início de 2023, e o crescimento tem sido exponencial nos últimos meses, mesmo com o aumento do capex dos projetos.

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“Vai ter uma concentração não só entre grandes players, mas também por pequenas empresas, investidores que criaram grupos de usinas solares”, disse Mateus.

Para Dina Vainzof Storch, vice-presidente da Brookfield Asset Management, para que a GD tenha porte, por ser um tipo de geração de varejo, a plataforma comercial por traz precisa ser robusta, o que exige muitos investimentos.

“É um setor super democrático que será consolidado. Tem a necessidade de varejo de tecnologia, de billing, de esforço comercial, e nos próximos 24 meses será bastante movimentado”, concordou Tulio Machado, que lidera a área de investimentos em infraestrutura da XP Asset.

Indo além de GD, o diretor da Lazard, Flavio de Picciotto, aposta em grande movimentação de M&A em todo o setor nos próximos anos.

“O setor elétrico movimenta muito o investidor financeiro”, disse Picciotto. Segundo ele, hoje, a tendência é que a geração distribuída prevaleça nas transações dos próximos anos, mas outros negócios também devem avançar num prazo mais longo, como o hidrogênio verde. 

O especialista da Lazard apontou que há “várias frentes de atuação no mercado de M&A”, como a venda de projetos de geração renovável por investidores financeiros que precisam sair. “Ele vai tentar sair por câmbio, ou outro motivo, mas volta daqui dois, três ou quatro anos. Essas novas tendências criam massa crítica que vai virar M&A no futuro”, afirmou.

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