A estatal paulista Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) iniciou o processo de troca das válvulas esféricas da usina subterrânea do complexo Henry Borden, em Cubatão (SP). A substituição das peças é, segundo a companhia, um dos trabalhos mais difíceis da sua manutenção, feito a cada 30 anos.
O serviço completo terá duração de três anos. A manutenção de cada uma das seis válvulas dura seis meses, e no processo, cada válvula é substituída por uma reserva. Assim que a reforma é terminada, a válvula é instalada em outra unidade geradora, repetindo o processo.
O complexo é composto por duas usinas, uma externa e uma subterrânea, que somam 889 MW de capacidade instalada. A externa foi inaugurada em 1926, com a instalação da primeira unidade geradora, e as oito entraram em operação em 1950, chegando aos 469 MW. A usina subterrânea, que entrou em operação entre 1956 e 1961, com 420 MW, fica instalada no interior do maciço rochoso da Serra do Mar, em uma caverna de 120 metros de comprimento.
Para que as trocas sejam feitas, é necessário paralisar a operação da usina subterrânea, com o fechamento das comportas que isolam o túnel adutor do reservatório Rio das Pedras e seu total esvaziamento. O desafio maior do processo é que, sem água no interior do túnel, o lençol freático exerce grande pressão externa nas paredes, e os estudos de engenharia apontam que o limite de segurança sem água no túnel é de 50 horas.
O planejamento da substituição prevê a troca em 40 horas, com limite de tolerância de até três horas. Caso aconteça algum problema, as equipes da Emae entrarão no túnel adutor e abrirão os parafusos de drenagem ao longo da blindagem local, permitindo maior segurança para uma paralisação mais longa.