O Valor Econômico informa que o governo deve iniciar em novembro o monitoramento diário dos estoques dos combustíveis, medida esperada pelo mercado, mas que ganhou importância por causa da guerra na Ucrânia, causadora de um aperto na oferta global de combustíveis, especialmente de óleo diesel.
Segundo o superintendente de distribuição e logística da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rubem Cerqueira Freitas, a medida ainda passa por ajustes, antes de entrar em vigor. O tema foi discutido no ano passado em consulta pública pela ANP, que editou regulamentação em fevereiro, dias antes do início da guerra da Ucrânia – principal fator de pressão nos preços do petróleo e dos derivados no mundo. Na ocasião, a ANP entendia que o monitoramento diário dos estoques permitiria antever situações de risco.
Cerqueira Freitas participou ontem da Rio Oil & Gas, que acontece ainda num clima de otimismo moderado, entre incertezas quanto à guerra na Ucrânia, aspectos eleitorais e uma transição energética que tem levado empresas a mudar o rumo dos investimentos. O superintendente da ANP frisou que o Brasil precisa de estoques de combustíveis de porte compatível ao de países com Produto Interno Bruto (PIB) e demanda semelhantes. Há países da Europa, segundo ele, que possuem estoques capazes de suprir até 60 dias de demanda, enquanto o Brasil atende apenas a poucos dias.
Demanda por óleo diesel S-10, menos agressivo ao meio ambiente, cresceu 10% este ano
A demanda de óleo diesel S-10, combustível com baixo teor de enxofre, aumentou 10% este ano e está invadindo o espaço do diesel S-500, disse ontem (26/09) o superintendente de distribuição e logística da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rubens Cerqueira Freitas. O enxofre é um produto agressivo ao meio ambiente, e a demanda por um diesel com menos quantidade do componente tem crescido no país, que não tem capacidade de refino para atender à demanda.
O Brasil importa óleo diesel S-10 para atender a cerca de um terço da demanda interna. Segundo Cerqueira Freitas, que participou de painel na Rio Oil & Gas, o transporte de combustíveis por ferrovias e dutos possui percentual “irrisório” e a cabotagem possui potencial para crescimento. Freitas defendeu a interiorização do refino, com a construção de unidades no centro-oeste do país. (Valor Econômico)
Petrobras pretende iniciar perfuração do primeiro poço da bacia Foz do Amazonas em novembro
O jornal O Globo informa que o diretor de exploração da Petrobras, Fernando Borges, disse ontem (26/09), em palestra na Rio Oil & Gas, que espera iniciar a perfuração do primeiro poço na bacia Foz do Amazonas já em novembro.
Segundo o executivo, a empresa já cumpriu com todas as exigências impostas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibama). “Se sair a licença sair dia 15, por exemplo, no mesmo dia a gente está baixando coluna para furar o poço”, afirmou. A exploração da área é vista com preocupação por ambientalistas por conta de possíveis impactos ambientais na região.
Risco de faltar diesel não é mais relevante, dizem empresas do setor
Após um primeiro semestre de alertas, o setor de petróleo agora vê baixo risco de problemas de abastecimento de diesel no Brasil em 2022. A avaliação é que o mercado antecipou estoques e conseguiu se inserir na cadeia de importação do combustível.
“O Brasil realmente foi ao mercado e tem importado os produtos necessários”, disse ontem (26/09) a diretora de downstream (refino, logística e distribuição de combustíveis) do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás), Valéria Lima, após palestra sobre o tema na feira Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro. (Folha de S. Paulo)
Lightsource BP consegue financiamento de R$ 423 milhões para novo complexo de energia solar no Ceará
O Banco do Brasil liberou R$ 423 milhões para financiar um novo complexo de energia solar que está sendo erguido no Ceará, conforme informação da Lightsource BP, empresa britânica responsável pelo projeto. O financiamento se dá por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).
O investimento total no Complexo Solar Milagres, localizado em Abaiara (CE), está estimado em R$ 800 milhões. O restante virá do próprio caixa da Lightsource BP, joint-venture de energia verde criada em 2019 entre a gigante do petróleo BP e a Lightsource, ambas britânicas. Milagres é o primeiro projeto da companhia no Brasil. As informações foram publicadas pelo blog Capital, do jornal O Globo.
PANORAMA DA MÍDIA
Temor de recessão global faz dólar disparar e Bolsa cair – é a manchete da edição desta terça-feira (27/09) do Valor Econômico. A reportagem destaca que o real teve o pior desempenho entre as 33 principais moedas globais, o que fez com que o dólar voltasse a se aproximar do nível de R$ 5,40, na maior cotação em mais de dois meses. Já o Ibovespa terminou com desvalorização de 2,33%. Os juros futuros, por sua vez, subiram na B3.
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O resultado da pesquisa Ipec para as eleições presidenciais, divulgada ontem (26/09), é o principal destaque de hoje dos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 52% dos votos válidos na corrida eleitoral contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem 34%, segundo pesquisa Ipec divulgada nesta segunda (26). Os resultados são os mesmos do levantamento anterior, realizado há uma semana. Um candidato precisa superar os 50% nessa métrica para vencer em primeiro turno — portanto Lula pode se enquadrar nesse cenário, mas no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais. (Folha de S. Paulo)
A pesquisa Ipec, encomendada pela TV Globo, apontou para uma ligeira melhora no desempenho de Jair Bolsonaro (PL) entre os brasileiros mais pobres, com renda familiar de até um salário mínimo. O segmento é visto como decisivo para o desfecho da corrida presidencial por ser o com mais eleitores e por registrar, mesmo após um avanço do atual chefe do Executivo computada agora, a maior vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o principal adversário. (O Globo)
Num segundo turno, Lula teria 54% e Bolsonaro, 35%. (O Estado de S. Paulo)