Na última sexta-feira, 23 de setembro, foi realizado em Pittsburgh, nos Estados Unidos, o primeiro Fórum Global de Energia Limpa, reunindo 34 países e quase 400 CEOs. Durante o encontro, 16 países anunciaram que asseguraram US$ 94 bilhões em recursos públicos para financiar o desenvolvimento de tecnologias ligadas a energias renováveis até 2026.
Os governos que contribuíram para a arrecadação do montante incluem Austrália, Canadá, Comissão Europeia, Estados Unidos, Finlândia, França, Alemanha, Japão, Holanda, Noruega, Polônia, República da Coreia, Cingapura, Suécia, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido – cada país usará o valor correspondente para algum projeto voltado para redução de emissões de carbono no mundo.
Os recursos foram levantados em resposta a um desafio levantado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendendo a mobilização de US$ 90 bilhões em financiamentos públicos com esse objetivo, valor estimado pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) para a conclusão de uma carteira de projetos de grande escala que vão desenvolver as tecnologias necessárias para que o mundo zera carbono zero até 2050.
Programas Americanos
O governo americano irá investir US$ 4,9 bilhões na indústria de gerenciamento de carbono. Segundo o governo americano, o financiamento, possível pela Lei de Infraestrutura Bipartidária aprovada pelo presidente Biden, apoiará três programas focados na demonstração e implantação de sistemas de captura, transporte e armazenamento de CO2.
“Quase todos os modelos climáticos deixam claro que precisamos de tecnologia de gerenciamento de carbono – especialmente em setores difíceis de descarbonizar e indústrias pesadas, como produção de aço e cimento – para enfrentar a crise climática”, disse a secretária de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm. Segundo ela, a Lei de Infraestrutura Bipartidária ajudará a acelerar projetos que podem armazenar dezenas de milhões de toneladas de dióxido de carbono, enquanto cria novos empregos e um ambiente mais saudável nos país.
Outra iniciativa anunciada pelo governo americano é o programa Clean Hydrogen Hubs (H2Hubs), iniciativa que subsidiará pelo menos quatro projetos que demonstrem a produção, processamento, entrega, armazenamento e uso final de hidrogênio.
O governo de Joe Biden aproveitou o encontro para divulgar outro pacote de sua administração, o programa de desenvolvimento de fusão nuclear, que financiará iniciativas de entidades com fins lucrativos que ajudarem a viabilizar a energia nuclear no país.
“A fusão nuclear tem a promessa de ser uma fonte sob demanda, segura e abundante de energia primária e eletricidade sem carbono, com potencial para transformar a maneira como geramos e usamos energia”, disse David Turk, vice-secretário do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE).
Outras iniciativas
Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, Israel, Nova Zelândia e Noruega anunciaram um programa conjunto para estimular iniciativas ligadas a veículos elétricos. Os países se comprometeram em adquirir 100% de veículos leves de emissão zero das frotas operadas pelos governos.
Já a Comissão Europeia investirá 28 bilhões de euros até 2027 para promover a inovação e a implantação de energia sustentável, principalmente em setores “difíceis”. Outro projeto divulgado pelos europeus é o Hybrit, que substituirá os altos-fornos à base de carvão de coque por hidrogênio nos setores de aço,ferro e energia.