O Valor Econômico informa que o petróleo e os papéis de petroleiras avançam após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) anunciarem que irão cortar a produção da commodity em dois milhões de barris por dia, na maior redução desde o início da pandemia, em abril de 2020.
Às 12h50, enquanto o Ibovespa subia 0,82%, aos 117.184 pontos, Petrobras ON e PN ganhavam 3,43% e 3,32%, respectivamente, 3R Petroleum ON tinha ganhos de 4,71% e PetroRio ON subia 3,4%.
Já os preços dos contratos para dezembro do Brent, a referência global, operavam em alta de 1,72%, a US$ 93,38 o barril, na ICE, em Londres. A sessão também é marcada pela redução dos estoques de petróleo e gasolina nos Estados Unidos, conforme apontou o Departamento de Energia mais cedo. E, localmente, as ações da Petrobras se recuperavam de correção registrada na sessão anterior, após dispararem no pregão que sucedeu o primeiro turno da eleição.
Saudi Aramco alerta sobre capacidade mundial de produção de petróleo
Os mercados internacionais de petróleo continuam incrivelmente escassos no lado da oferta, alertou o executivo-chefe da maior produtora mundial, dizendo que o foco do mundo está demasiado voltado ao impacto na demanda de uma possível recessão e não às atuais limitações da oferta.
Os comentários de Amin Nasser, executivo-chefe da Saudi Aramco, chegavam enquanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderada pela Arábia Saudita, se preparava para anunciar nesta quarta-feira (05/10) um grande corte na produção para impulsionar os preços do petróleo e preservar a capacidade ociosa de produção, em particular no país do Golfo Pérsico.
Riad teme que a produção russa possa ter forte queda mais para o fim do ano, quando as sanções ocidentais contra as exportações de petróleo do país endurecerem, e deseja manter alguma capacidade ociosa de produção em reserva, segundo fontes a par das intenções da Arábia Saudita. Falando no Energy Intelligence Forum, realizado em Londres, Nasser disse que os preços atuais do petróleo, que caíram para menos de US$ 90 por barril, depois do pico do início deste ano, de US$ 139, refletem um mercado cujo foco está “na economia de curto prazo, em vez de nos fundamentos da oferta”. (Valor Econômico / Financial Times)
Como a guerra mudou a concepção e produção de energia na Europa. E como isso afeta a economia
Do lado da crise energética da Europa, a situação é bastante preocupante. O inverno se aproxima e a redução quase completa de fornecimento de gás da Rússia, por conta das sanções europeias ao país, trazem bastante incerteza, conforme análise publicada hoje (05/10) pela Agência CMA.
“A inflação da energia na Europa continua aumentando bastante, em direção oposta à do resto do mundo, das grandes economias do mundo”, diz o economista da XP Investimentos, Francisco Nobre. No caso europeu, os países ainda continuam muito dependentes do gás russo, e os preços continuam subindo muito. “Essa subida terá que ser repassada para o consumidor. Isso deve começar a ser refletido nos próximos dois meses, de modo geral, e ainda não tem perspectiva de que os preços devem começar a ceder.”
Ainda de acordo com a análise da Agência CMA, mesmo com o aumento dos estoques de gás, que chegou a 91%, isso não significa que o continente passará pelo inverno com tranquilidade. A invasão da Ucrânia pela Rússia evidenciou a necessidade de a União Europeia (UE) repensar suas políticas energéticas. Em meio às reiteradas sanções impostas ao Kremlin, as nações europeias decidiram romper a dependência dos combustíveis fornecidos pela Rússia.
Antes da guerra, a Rússia fornecia 40% do gás do bloco e 27% de seu petróleo importado. Nesse contexto, o continente vive um dilema. Ao mesmo tempo em que tenta reduzir a dependência do gás importado da Rússia, a União Europeia se comprometeu em zerar suas emissões líquidas de gases do efeito-estufa até 2050.
PANORAMA DA MÍDIA
O recuo de 0,6% na produção industrial em agosto ante julho foi resultado de uma redução em oito dos 26 ramos pesquisados, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As principais influências negativas partiram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%), produtos alimentícios (-2,6%) e indústrias extrativas (-3,6%). A fabricação de produtos têxteis também teve recuo relevante, -4,6%.
Na direção oposta, das 18 atividades com expansão, os destaques foram veículos automotores, reboques e carrocerias (10,8%), máquinas e equipamentos (12,4%) e outros produtos químicos (9,4%). Outras contribuições positivas importantes foram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,0%), outros equipamentos de transporte (8,9%), produtos diversos (7,4%) e bebidas (1,7%). (Agência Estado)