O Brasil mantém as condições favoráveis de abastecimento e atendimento da demanda por energia elétrica, informou ontem (06/10) o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), quando o colegiado se reuniu para avaliar as condições de suprimento eletroenergético do país e divulgou nota por meio do Ministério de Minas e Energia.
De acordo com o CMSE, entre o fim de agosto e o fim de setembro, o armazenamento de água destinado à geração de eletricidade no Sistema Interligado Nacional (SIN) recuou de 62,7% para 57,2%, o que é esperado para o período de estiagem. No período de 30 dias, o nível de armazenamento das hidrelétricas nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte caiu respectivamente de 56,0%, 86,1%, 73,1% e 84,9% para 51,1%, 83,1%, 66,1% e 75,3%.
No mês passado, o CMSE projetou um crescimento de 2,3% do consumo de energia elétrica para 2022, representando aumento em relação à expectativa anterior de 1,7%. Para o período 2022-2026, o comitê indicou que deverá haver uma expansão média 3,4% ao ano. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
Energia da Adecoagro perto de países vizinhos
O Valor Econômico informa que a Adecoagro, companhia de agronegócios listada na bolsa de Nova York e com forte atuação no Brasil, poderá se tornar a primeira empresa com atuação no segmento sucroenergético do país a vender energia de cogeração de bagaço de cana a outros países.
Ontem (06/10), a companhia obteve autorização do Ministério de Minas e Energia (MME) para vender energia produzida em sua usina em Angélica (MS) para Argentina e Uruguai. Além do Brasil, a Adecoagro mantém operações agropecuárias também nesses dois países. Para a concretização da venda de energia para os países vizinhos, a companhia ainda depende de autorizações das autoridades de cada um deles. Também serão necessários mais trâmites burocráticos no Brasil, como a abertura de um pedido de adesão na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A reportagem ressalta que a possibilidade de vender energia para fora do Brasil pode ser uma oportunidade de ampliar os ganhos com cogeração em momentos em que o mercado nacional não estiver favorável. Ao Valor, a empresa disse que os preços de energia “serão avaliados e definidos oportunamente”. “Essa é mais uma oportunidade de negócio que pode ser atrativa a depender do momento em que cada país estiver. Nosso foco é atender prioritariamente a demanda no nosso país e, se houver oportunidade e interesse tanto do Uruguai quanto da Argentina, a companhia estará pronta para atender”, disse a Adecoagro, em comunicado.
Petrobras considera altas recentes do petróleo ‘movimentos especulativos’ e insuficientes para reajustes
A Petrobras considera que as altas recentes do petróleo no mercado internacional são “movimentos especulativos” e insuficientes para que os preços dos combustíveis no Brasil sejam reajustados, conforme apurou o Valor Econômico.
A pressão pelo reajuste para cima dos preços cobrados pela empresa ganhou força nos últimos dias, principalmente depois do anúncio feito pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) a respeito da redução de 2 milhões de barris por dia na produção, o que reduz a oferta e pressiona os preços. De acordo com a fonte da reportagem, a Petrobras não descarta “nem uma alta e nem uma baixa” de seus preços nas próximas semanas. Mas “descarta que movimentos especulativos formem preço”.
Mudanças geopolíticas levam ANP a revisar cálculo do preço de referência do petróleo
A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou consulta e audiência públicas para a revisão da resolução que estabelece os critérios para o cálculo do preço de referência do petróleo. Conforme explica o Valor Econômico, a cotação do preço de referência da ANP é usada para calcular os valores de royalties e participações especiais a serem pagos pelas operadoras das empresas que atuam na produção de petróleo e gás no país.
Além disso, é usado como base para calcular royalties e participações devidos à União, aos estados e municípios. De acordo com a agência, o objetivo da revisão nos critérios é aprimorar a regulação e tornar os preços de referência mais aderentes às cotações do mercado internacional atualmente.
A ANP explicou que a proposta foi motivada pelos efeitos da conjuntura da geopolítica global sobre o mercado internacional de petróleo. A agência cita entre as mudanças recentes a guerra na Ucrânia e a alteração da especificação dos combustíveis marítimos pela Organização Marítima Internacional (IMO), que determinou novos limites máximos de teor de enxofre nesses produtos.
PANORAMA DA MÍDIA
O Tribunal Superior Federal (TSR) afirmou ontem (06/10) que o teste pedido pelos militares para comprovar a segurança das urnas eletrônicas confirmou que não houve fraude no resultado das eleições. A informação é o principal destaque da edição desta sexta-feira (07/10) do jornal O Estado de S. Paulo.
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O jornal O Globo destaca que candidatos ao Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) travaram um duro embate, com acusações mútuas, numa disputa pelo eleitorado dos estados do Nordeste. Com estratégias distintas para alcançar o mesmo objetivo, as duas campanhas preparam investidas nos próximos dias para ganhar terreno na região, dominada pela esquerda nas últimas décadas. Enquanto os petistas vão aproveitar o Dia do Nordestino, comemorado amanhã, para tentar colar em Bolsonaro o selo de preconceituoso, o postulante à reeleição convocou aliados a manterem seus comitês abertos e a militância mobilizada para compensar a ausência de palanques naquelas unidades da federação.
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Reportagem da Folha de S. Paulo indica que partidos políticos destinaram nestas eleições R$ 50,6 milhões para 1.430 candidatos a deputado federal que não conseguiram nem 300 votos cada um. O alto emprego de dinheiro público em campanhas “sem voto” pode indicar candidaturas laranjas, como ocorrido em 2018.
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O Valor Econômico informa que as despesas totais com saúde e educação nos 26 estados e Distrito Federal cresceram neste ano em ritmo maior do que a arrecadação de tributos e em linha com a receita corrente total em relação ao período pré-pandemia, segundo levantamento do Valor Fiscal. As despesas com saúde tiveram alta em termos nominais de 46,4% de janeiro a agosto deste ano em relação a igual período de 2019. As com educação, 48,5%. Já a arrecadação tributária avançou 34,2% e a receita corrente, que inclui transferências correntes, 46,8%. As duas áreas representam 28,4% das despesas dos estados.