O Canal Energia informa que, de acordo com o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), há chances de o leilão A-5, que será realizado na próxima sexta-feira, 18 de outubro, viabilizar usinas a carvão. No certame, os projetos termelétricos a biogás e a carvão mineral nacional deixarão de disputar diretamente com outros combustíveis, o que segundo o instituto pode favorecer esses tipos de usinas. O Iema alerta que a chance de contratação de uma UTE a carvão mineral pode produzir diversos impactos socioambientais.
O estudo ‘Inventário de Emissões Atmosféricas em Usinas Termelétricas’, mostrou que em 2020 doze termelétricas brasileiras emitiram 55% dos gases de efeito estufa de todas as térmicas conectadas ao sistema. Oito delas têm o carvão mineral como combustível. Ainda de acordo com o Iema, a eficiência energética da UTE a carvão é baixa e as usinas empregam mais combustível para gerar a mesma quantidade de eletricidade que outra mais eficiente produziria.
Outros pontos destacados pelo Iema é que as usinas a carvão emitem poluentes prejudiciais à saúde e causadores de doenças respiratórias, além da utilização da água para resfriar seu sistema, o que podendo trazer estresse hídrico para a região onde ficam localizadas.
Petrobras anuncia redução de 5% no preço do gás natural a partir de novembro
A Petrobras anunciou ontem (10/10), que vai reduzir o preço do gás natural em 5% para seus clientes a partir de 1º de novembro, referente ao trimestre de agosto a outubro. Os novos preços seguirão vigentes até 31 de janeiro de 2023, conforme estabelecido nos contratos firmados, informou a estatal.
Os contratos de gás natural da Petrobras preveem atualizações trimestrais e vinculam a variação do preço do gás às oscilações do petróleo Brent e da taxa de câmbio. Durante o período (agosto, setembro e outubro), o petróleo teve queda de 11,5%; e o câmbio teve depreciação de 6,5% (isto é, a quantia em reais para se converter em um dólar aumentou 6,5%). As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Privatizada, refinaria da Bahia eleva preços de gasolina e diesel e aumenta pressão sob Petrobras
O jornal O Globo informa que, enquanto a Petrobras está sob pressão por conta do aumento do preço do petróleo no mercado internacional, a refinaria de Mataripe, na Bahia, reajustou o preço da gasolina e do diesel na último sábado (08/10).
De acordo com a Acelen, dona da unidade, o preço da gasolina A para as distribuidoras teve alta de 9,7%, em média. O diesel S 10 foi reajustado em 11,3%. E o diesel S 500 teve aumento de 11,5%.
Com o reajuste, o valor praticado pela Refinaria de Mataripe, que até dezembro do ano passado pertencia à Petrobras, está em linha com os preços internacionais, segundo dados da Abicom, a associação que reúne os importadores de combustíveis. Dados da Abicom indicam que a gasolina vendida pela Petrobras hoje tem preço 10% menor (R$ 0,36 por litro) em relação ao mercado internacional. No caso do diesel, o valor vendido pela estatal é 13% (R$0,75 por litro) mais baixo no país.
Estudos apontam soluções para transição energética na Amazônia
Reportagem publicada pelo Portal da Infra informa que, em dois estudos relacionados à transição energética na Amazônia, o Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas (CPI) da PUC-Rio identificou problemas e apontou para soluções que podem ser implementadas para atender a essa região, o que vai colaborar para reduzir as emissões na área.
No trabalho “Rios de Diesel na Amazônia Legal: por que a região com as maiores hidrelétricas do país depende de combustível caro e poluente?”, de Amanda Schutze, Luiz Bines e Juliano J. Assunção, os pesquisadores identificaram que os municípios com sistemas isolados apresentam piores resultados, em média, em diversos indicadores socioeconômicos, tanto comparados à média regional quanto às médias de seus respectivos estados, quando comparados aos municípios interconectados.
Já o trabalho “A Atuação do BNDES na Amazônia Legal”, de Rhayana Holz, Amanda Schutze e Juliano J. Assunção, avalia a política de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a região, que privilegiou os grandes investimentos em produção de energia nos últimos anos.
Propostas de alternativas de novas fontes para a matriz energética devem considerar preços, diz IBP
Todas as propostas para incluir alternativas de novas fontes de energia na matriz, com a transição energética, têm que levar em consideração a questão dos preços, defendeu ontem (10/10) o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Roberto Ardenghy. Na visão do executivo, a transição vai ter que ocorrer aos poucos, para não gerar pobreza energética.
“Na medida em que há tecnologias mais renováveis, importantes no conceito de transição, vai se encarecendo também a energia”, disse em evento promovido pela SHV Energy e Supergasbras sobre combustíveis sustentáveis. A respeito do custo dos combustíveis renováveis, o executivo lembrou que o gás liquefeito de petróleo (GLP), o “gás de cozinha”, por exemplo, chega da 90% dos lares brasileiros.
“Há uma sensibilidade gigantesca, inclusive política, em relação aos preços do GLP”, afirmou. Segundo Ardenghy, as discussões sobre a transição para uma economia de baixo carbono também precisam passar pelos hábitos de consumo. “Infelizmente, ficamos muito viciados nessa energia extremamente barata e acessível, que está disponível o tempo todo. Isso fez se desenvolverem hábitos de consumo incompatíveis com o futuro da humanidade”, disse.
O presidente do IBP acredita que os hidrocarbonetos ainda terão um papel importante no processo de descarbonização e ressaltou a necessidade também do aumento da eficiência no uso da energia. (Valor Econômico)
Energisa tem ganhos em sua operação de Rondônia
Reportagem do Valor Econômico indica que a Energisa colhe os frutos operacionais dos investimentos na área de concessão de Rondônia, onde a companhia opera a Energia Rondônia, antiga Ceron, vendida pela Eletrobras em 2018.
A distribuidora teve redução de 52% na duração das quedas no fornecimento de energia, e de 60% na frequência dos cortes involuntários – aqueles não programados pelas empresas. Com investimentos de R$ 2,5 bilhões entre 2019 e este ano, a Energisa colocou as fichas na reestruturação de Rondônia, concessão que estava entre as de pior índice de qualidade no fornecimento da eletricidade.
Segundo o vice-presidente de redes, Giorelli de Sousa Filho, a distribuidora teve redução de 52,8% na Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC, que indica quanto tempo o consumidor ficou sem energia) e de 60% na Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC, que indica quantas vezes o consumidor ficou sem energia) desde 2019. As finanças da Energisa Rondônia ainda não refletem as mudanças: no trimestre passado, registrou prejuízo de R$ 91,9 milhões.
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico informa que a Agência Nacional de Águas (ANA) aliou-se a órgãos de controle e à Justiça em ofensiva sobre 1.117 municípios que não se adaptaram ao marco do saneamento básico. O objetivo é convencer o poder local a cumprir a lei, que completou dois anos em julho. A norma obriga a universalização dos serviços até 2033. Hoje, 20% das cidades do país estão irregulares e muitas companhias estaduais de água e esgoto, especialmente no Norte e Nordeste, não comprovaram condições financeiras para atender o prazo legal.
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O presidente que for eleito no dia 30 assumirá o cargo em janeiro de 2023 com um poder menor do que todos os ocupantes anteriores do Palácio do Planalto. Pela primeira vez, o chefe do Executivo iniciará o mandato sem controlar 40% dos recursos federais destinados a investimentos, que ficarão nas mãos do Congresso por meio de emendas parlamentares. (O Estado de S. Paulo)
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O Ministério da Defesa adotou o silêncio após o primeiro turno das eleições e não responde a pedidos de informação sobre a fiscalização realizada no sistema eletrônico de votação em 2 de outubro. Depois do fechamento das urnas, técnicos das Forças Armadas fizeram verificações sobre o teste de integridade e a checagem da totalização dos votos, comparando as informações de cerca de 400 boletins de urna com os dados que chegaram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a contagem. (Folha de S. Paulo)
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A campanha eleitoral nas redes sociais deu uma guinada no segundo turno e tem sido marcada, nos primeiros dias, por uma escalada de conteúdos que exploram o medo e a rejeição a uma eventual vitória do ex-presidente Lula (PT) ou do presidente Jair Bolsonaro (PL). A tática de “terrorismo eleitoral” passa pela associação dos candidatos a temas que vão do aborto e drogas ao canibalismo e tem lançado mão de formatos e textos sensacionalistas para capturar a atenção de usuários das plataformas digitais. (O Globo)