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Com demanda da Cemig e da Celpa, leilão A-5 contrata 176,8 MW médios

Com demanda da Cemig e da Celpa, leilão A-5 contrata 176,8 MW médios

O leilão de energia A-5 dessa sexta-feira, 14 de outubro, contratou 176,8 MW médios, de empreendimentos com 557,44 MW de potência, ao preço médio de R$ 237,48/MWh, deságio de 26,38% em relação ao preço máximo do certame.

O investimento previsto nas 22 usinas contratadas soma R$ 2,9 bilhões. A potência injetada contratada somou 42,5 MW.

As únicas distribuidoras compradoras foram a Celpa e a Cemig, com 31,75 MW médios e 145 MW médios, respectivamente. 

Em atendimento à Lei 14.182/2022, cerca de metade da demanda contratada no leilão, 87,3 MW médios, veio de 12 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais de geração hidrelétrica (CGHs), cuja potência total somam 175,5 MW. O preço médio do produto hídrico foi de R$ 278,06/MWh, deságio de 20,46% em relação ao preço inicial.

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O certame contou ainda com três eólicas, com 115,29 MW, que tiveram a contratação de 23,5 MW médios, ao preço médio de R$ 176,28/MWh, deságio de 26,9%.

Da fonte solar fotovoltaica, foram quatro empreendimentos, dois em Minas Gerais e dois na Paraíba, envolvendo 200 MW de potência, sendo que foram contratados 51,8 MW médios. O preço médio foi de R$ 171,41/MWh, deságio de 38,78%.

Outros dois empreendimentos de geração térmica a biomassa, com 46,7 MW de potência, foram vencedores, com a contratação de 13 MW médios, ao preço médio de R$ 211,6/MWh, deságio de 40,06%. As duas usinas ficam em Goiás e usam bagaço de cana-de-açúcar como combustível.

O certame teve ainda a contratação de uma termelétrica que usa resíduos sólidos urbanos como combustível, com 12 MW médios e 20 MW de potência, ao preço de R$ 603,56/MWh, deságio de 0,01%.

Não avançaram propostas de produtos a biogás ou carvão natural.

No total, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) tinha classificado mais de 80 GW em projetos para a disputa, que dependia da demanda das distribuidoras.

Com relação ao resultado do leilão, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) destacou que a fonte solar foi a mais competitiva do certame, com deságio de 38,7% em relação ao preço-teto estabelecido no edital. A entidade, porém, criticou que a obrigatoriedade de contratação de projetos hidrelétricos de menor porte, que impediu uma contratação maior de usinas fotovoltaicas.

“A fonte solar precisa ocupar cada vez mais espaço nos leilões, conforme ajustes nas diretrizes de contratação verificadas neste certame em particular”, afirmou Márcio Trannin, vice-presidente do conselho de administração da Absolar.

Yuri Schmitke, presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), comemorou a contratação de uma usina de resíduos sólidos urbanos no leilão, mas criticou a falta de incentivos para o setor. “Infelizmente, ainda faltam estímulos por parte das autoridades públicas, uma vez que essa fonte é uma solução de saneamento ambiental que também gera energia. Precisamos de mais projetos cadastrados para criar um mercado no Brasil”, disse ele.

Em nota, a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) ressaltou a contratação de usinas a biomassa no leilão. “A cogeração a biomassa tem papel fundamental na matriz elétrica brasileira por ser uma fonte resiliente, eficiente, competitiva e, sobretudo, renovável, além de contribuir para poupar 14 pontos percentuais do nível de água dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) em 2021″, destacou a entidade.

* Atualizado às 16h06.