O governo do Rio Grande do Sul se reuniu na última semana com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para discutir uma possível revogação da suspensão da outorga da UTE Rio Grande, projeto a gás natural de 1.280 MW no estado. A térmica foi viabilizada no leilão A-5 de 2014 pelo grupo Bolognesi.
O projeto, avaliado em R$ 6 bilhões, foi descontinuado pela agência após o atraso em seu cronograma de implantação em três anos, e da não comprovação da viabilidade econômica-financeira pelo grupo.
Agora, o estado solicita que a Aneel aceite o grupo espanhol Cobra como responsável pelo projeto, que desde fevereiro possui as licenças prévias e de instalação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para construção da usina.
“O relator na Aneel [Hélvio Guerra] se mostrou bastante favorável e determinou a análise do recurso pela superintendência da agência. Ao longo dos próximos meses, a Aneel deve fazer análise aprofundada do projeto em diálogo com a empresa. Saímos bastante otimistas da reunião”, disse o procurador-geral do estado, Eduardo Cunha da Costa.
Após concluído, a usina utilizará gás natural liquefeito, importado em navios e descarregado em um píer de 450 metros de extensão no porto do Rio Grande do Sul, para gerar eletricidade e suprir até 30% da demanda estadual de gás.
Em março, durante almoço promovido pela Câmara do Comércio do Rio Grande do Sul, o grupo Cobra destacou um dos grandes diferenciais da proposta da retomada da usina será a Estação de Armazenamento e Regaseificação (Regas), com capacidade para 180 mil M³ de gás natural liquefeito (GNL).
“Teremos uma planta de regaseificação que será pioneira no Brasil, não existe nenhuma outra planta nessas características. A partir daí teremos a alimentação da UTE, que será a geradora de energia. E também teremos a possibilidade de usar o gás no distrito industrial e em outras modalidades, como para a construção de novos gasodutos para atender o consumo de outras cidades e também a utilização do gás como combustível para os barcos, que é uma tendência e uma forma mais eficiente para garantir as condições de navegabilidade e consumo de boa parte da frota industrial” destacou Jaime Llopis, diretor Corporativo do grupo durante o almoço em março.