O novo leilão em estudo pelo governo para destravar o estoque de projetos de geração eólica e solar fotovoltaica com pedidos de registro de outorga tem o objetivo de viabilizar a infraestrutura de transmissão de energia para os projetos maduros e com real possibilidade de construção, garantindo segurança energética para o atendimento da demanda do país no futuro, afirmou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, nesta quinta-feira, 20 de outubro.
De acordo com reportagem da agência de notícias Reuters, o Ministério de Minas e Energia (MME) pretende colocar em consulta pública nas próximas semanas a proposta para a realização de um leilão para viabilizar a construção de parte dos projetos que aguardam outorga neste momento. No leilão, previsto para ocorrer em 2023, os empreendimentos competirão pelo acesso ao sistema de transmissão do país.
“Há hoje uma infraestrutura de transmissão existente e planejada. E a lógica desse leilão, diante de tantos atores pleiteando acesso a esse sistema [de transmissão], é alocar de forma eficiente para priorizar os projetos que têm maior solidez, que estão em estágio mais avançado”, explicou Barral, após participar de painel no Brazil Windpower, principal evento da indústria eólica brasileira, promovido conjuntamente pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o Canal Energia e o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês).
“O Brasil vai precisar de energia para crescer. E essas fontes vão ser fundamentais para a segurança energética. E não podemos nos dar ao luxo de pagar pelo custo de não ter a transmissão”, completou o presidente da EPE.
Questionado sobre os critérios de seleção dos projetos no leilão, Barral explicou que essa questão e o próprio desenho do leilão ainda estão em discussão. Segundo ele, o tema tem sido discutido pelo MME, com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).