A Engie Brasil Energia reportou lucro líquido de R$ 734 milhões no terceiro trimestre, resultado 15% superior ao apurado em igual período do ano passado. Na mesma comparação, a receita líquida recuou quase 20%, para R$ 2,7 bilhões, influenciada por uma queda de R$ 677 milhões na receita no segmento de transmissão, por questões contábeis e de regulação do setor. Já o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado recuou 15,7%, para R$ 1,4 bilhão.
De acordo com relatório do Credit Suisse, assinado por Carolina Carneiro e Rafael Nagano, o lucro líquido da Engie foi afetado positivamente por resultados financeiros e pela contribuição acima do esperado da TAG. A leitura é semelhante à feita pela XP, em relatório assinado por Herbert Suede e Maíra Maldonado, que mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 49 para a ação.
Para a Suno Research, o resultado da companhia foi afetado por efeitos contábeis. Segundo o analista Bernardo Viero, excluindo esses efeitos, o Ebitda recorrente da empresa cresceu 8%, “o que é bastante satisfatório para uma empresa madura em um setor que normalmente apresenta crescimento moderado”.
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O analista destacou ainda o anúncio de pagamento de dividendos, de R$ 473 milhões, que voltou a ser de 100% de “payout” (porcentagem do lucro líquido distribuído aos acionistas), contra os 55% adotados anteriormente, em um cenário de maior cautela no mercado.
“Sem grandes aquisições no radar e em uma situação financeira saudável, a empresa pode aliar crescimento e remuneração aos acionistas com segurança” afirmou Viero.
Na mesma linha, o Itaú BBA também considerou que o Ebitda recorrente da Engie superou as expectativas da casa de análise. Segundo relatório assinado pelo time de utilities, liderado por Marcelo Sá, o crescimento do Ebitda recorrente na comparação anual foi impulsionado pelo início de operação de alguns ativos nos negócios de geração de energia renovável e transmissão.
