Os preços das commodities, o câmbio desfavorável e a escassez de mão de obra especializada pode dificultar os retornos esperados pelas companhias vencedoras do leilão de linhas de transmissão realizado na última sexta-feira, de acordo com avaliação do Credit Suisse.
O banco suíço estima uma taxa interna de retorno de real de aproximadamente 11,4% para os empreendimentos dos lotes 5 e 6 do leilão, arrematados, respectivamente, pela Taesa e o consórcio Alupar/Perfin. Para os demais lotes, o Credit Suisse calcula uma taxa interna de retorno real de cerca de 4,8%.
Os cálculos consideram que as transmissoras conseguirão reduzir em cerca de 10% o valor do investimento previsto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), antecipar em um ano o cronograma do projeto, com alavancagem de 70% e custo real de dívida de 7,5%.
“Acreditamos que as empresas devem ter usado premissas mais agressivas para projetos, mas vemos economias de capex como improváveis (principalmente impactadas pelos preços das commodities, câmbio desfavorável e escassez de mão de obra especializada) e altas taxas de juros provavelmente pressionando o custo da dívida”, afirma o Credit Suisse, em relatório assinado pelos especialistas Carolina Carneiro e Rafael Nagano.