O potencial de produção do biometano deve alcançar 19,2 bilhões de metros cúbicos normais (Nm³) em 2032, ou 34,9 bilhões de Nm³ de biogás, atingindo um potencial de 2,1 GW médios para exportação de energia elétrica a partir deste combustível. A projeção é do caderno Oferta de Biocombustíveis, do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2032), elaborado e publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Segundo a publicação, que considera o conjunto de políticas públicas que influenciam o setor de biocombustíveis, considerando apenas as usinas mais saudáveis financeiramente, o potencial de biometano seria de 3,5 bilhões de Nm³em 2032 (cerca de 9 bilhões de Nm³ de biogás).
Em relação à oferta de etanol, considerando a cana-de-açúcar e o milho, as projeções somam 47 bilhões de litros em 2032, com o Brasil mantendo uma posição de destaque no mercado internacional. Já a demanda de etanol carburante deve atingir um total de 43 bilhões de litros, resultado dos sinais positivos do RenovaBio e das melhorias dos fatores de produção no setor.
“Biocombustíveis continuarão importantes para a segurança do abastecimento, diversificação da matriz energética e redução da emissão de GEE”, afirma o caderno temático do PDE 2032.
Sobre a bioeletricidade proveniente do bagaço de cana-de-açúcar, o estudo indica um patamar de 6,6 GW médios a 10,5 GW médios, variando a depender da biomassa das palhas e pontas. O caderno ainda estima que a participação da bioeletricidade na matriz elétrica nacional será mantida, mas sua comercialização no ambiente regulado (ACR) diminuirá ao longo do período.
Com relação ao biodiesel, as perspectivas do documento consideram o percentual de adição ao diesel B conforme estabelecido pela legislação vigente. A demanda deve alcançar 12,1 bilhões de litros até 2032, com o óleo de soja mantendo-se como a principal matéria-prima. Segundo a projeção, as regiões Sul e Centro-Oeste devem liderar a produção, embora a demanda esteja mais concentrada na região Sudeste. Além disso, estímulos a culturas adaptadas às regiões Norte e Nordeste podem aumentar suas produções e reduzir o desequilíbrio regional.
Para outros biocombustíveis, o estudo destaca o bioquerosene de aviação, com produção consorciada com diesel verde (HVO), bionafta e bioGLP, para atendimento às metas internacionais estabelecidas, bem como combustíveis alternativos para o transporte marítimo.
Como conclusão, o estudo afirma que “os biocombustíveis continuarão a ter participação relevante na matriz energética brasileira no horizonte decenal. Somado ao RenovaBio, o estabelecimento do Programa Combustível do Futuro corrobora os desdobramentos positivos e o fortalecimento do setor, projetados para o próximo decênio”.