A produção global de hidrogênio ainda é baseada em combustíveis fósseis, porém, apenas em 2020, soluções voltadas a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono representaram cerca de 80% de todos os registros de patentes relacionados à fabricação do ativo, aponta novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) e do Escritório Europeu de Patentes (EPO), divulgado nesta terça-feira, 10 de janeiro.
Segundo o documento, o crescimento ocorreu, principalmente, graças ao forte aumento de inovações em eletrólise no mundo.
A União Europeia, que busca alternativas renováveis para diminuir a dependência do gás natural russo, está na liderança dos continentes que mais investiram na produção de eletrolisadores globalmente, respondendo por 28% de todas as patentes registradas no período.
“A Europa está ganhando vantagem como local de investimento para fabricação de eletrolisadores. Aproveitar o potencial do hidrogênio é uma parte fundamental da estratégia da União Europeia para alcançar a neutralidade climática até 2050. Mas se o hidrogênio deve desempenhar um papel importante na redução das emissões de CO2, a inovação é urgentemente necessária em uma variedade de tecnologias”, afirma o presidente da EPO, António Campinos.
Entre os países que mais registraram patentes estão: Japão (24%), Alemanha (11%), França (6%) e Holanda (3%). Além desses quatro, o Reino Unido, a Suíça e o Canadá têm apresentado um crescimento considerável nos últimos anos.
Na contramão dos registros globais está os Estados Unidos, que apesar de registrar no período 20% de todas as patentes relacionadas ao hidrogênio, veem apresentando uma redução no número de invenções de novas soluções tecnológicas neste segmento.
Na divisão por setores, o documento aponta que a indústria química europeia registrou o maior número de patentes, graças a experiência no manuseio do ativo. As empresas automotivas também catalogaram os maiores registros de inovações em hidrogênio, utilizando em diversas frentes nas fábricas.
Atrás desses segmentos estão as universidades e institutos públicos de pesquisa, que geraram 13,5% de todas as patentes internacionais relacionadas ao hidrogênio entre 2011-2020.
Mais da metade dos US$ 10 bilhões em investimentos de capital de risco em empresas de hidrogênio no período foram para startups, que apresentaram pedidos de patente em áreas como eletrólise, células de combustível ou métodos de baixa emissão para produzir hidrogênio a partir do gás, conclui o relatório da IEA.
“Uma transição bem-sucedida será apoiada por mudanças na economia global e nos padrões de consumo de energia dos consumidores. As inovações tecnológicas estarão no centro de muitas dessas alterações, sendo necessário um aumento da escala de produção de hidrogênio”, diz o documento.
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