O jornal O Globo traz, hoje (18/1), uma série de reportagens com foco em práticas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). Esta reportagem sobre hidrogênio verde destaca que, no mundo em transição para uma economia de baixo carbono, o hidrogênio verde (H2V), é considerado indispensável para que o setor industrial consiga diminuir suas emissões de gases do efeito estufa.
Mas para que seu uso seja disseminado, é preciso vencer uma corrida de obstáculos envolvendo custos, estrutura, transporte, geração de energia de fontes renováveis e principalmente garantia de compra para o produto. Isso para cruzar a linha de chegada que pode render de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões para o Brasil em 2040, devido ao potencial do país, de acordo com estimativas da consultoria McKinsey.
“O principal ponto que vai destravar o hidrogênio pode ser um leilão como a Europa vai fazer ou uma grande organização privada que decida usar o H2V na sua operação e faça um contrato de 10, 15, 20 anos com um fornecedor”, diz João Guillaumon, sócio da McKinsey. “Se há demanda, há como financiar”.
Como exemplo, a reportagem cita a White Martins, que iniciou a produção de hidrogênio verde em Pernambuco, certificada pela agência alemã TÜV Rheinland. A unidade tem capacidade para fornecer 156 toneladas por ano, diz Gilney Bastos, presidente da White Martins e da Linde na América do Sul.
Cubico compra projeto de 1 GW da ZEG e entra em solar
A Cubico Sustainable Investment comprou da ZEG Energias Renováveis o projeto solar Sobral, de 1 gigawatt (GW), que está em desenvolvimento. O complexo fotovoltaico está localizado nos municípios de Sobral e Santana do Acaraú, no Ceará, com previsão de operação comercial em julho de 2025. A expectativa é que serão gastos R$ 3 bilhões na construção do parque, de acordo com informação do Valor Econômico.
Este é o primeiro investimento da Cubico em projetos solares no Brasil. Quando entrar em operação comercial, em julho de 2025, o parque será o maior do país. Em equivalências energéticas, a usina deve gerar em torno de 2.000 GWh por ano, energia suficiente para abastecer aproximadamente 1 milhão de residências.
Ao Valor, o diretor da Cubico para Brasil e América Latina, Francisco Moya, informou que o financiamento do projeto ainda está em fase de decisão por parte da empresa. Segundo o executivo, esse financiamento poderá vir de diversas fontes, como bancos de fomento e mercados de capitais.
A aquisição acontece após recentes desinvestimentos da empresa no Brasil, que vendeu por R$ 2 bilhões para a AES Brasil as usinas eólicas Ventos do Araripe (PI), Caetés (PE) e Cassino (RS), que têm juntas somam uma capacidade de geração de 456 MW. Segundo Moya, a saída de eólicas e a entrada em solar faz parte de uma estratégia de rotação de capital.
Produtoras de energia limpa aceleram, mas não dão conta da demanda
O Valor Econômico traz, na edição desta quarta-feira (18/1), uma reportagem a respeito do setor de prospecção e produção de óleo e gás. A reportagem indica que, enquanto as companhias que atuam nesse segmento correm contra o tempo para ter um portfólio de produtos menos nocivos ao meio ambiente, alguns deles já estão disponíveis no mercado.
Do etanol, produto desenvolvido pela indústria brasileira nos anos 1980, e que já está em sua segunda geração tecnológica, ao biogás e o biometano extraído de aterros sanitários, os chamados biocombustíveis têm ainda participação tímida na matriz energética global. Isso acontece mais em função de escala para atender toda a demanda do que por qualquer inviabilidade técnica.
A reportagem cita como exemplo a Gás Verde, uma das grandes produtoras de biometano no Brasil com três operações, todas no Rio de Janeiro, que transforma 11 mil toneladas de lixo em 130 mil metros cúbicos de biometano por dia. Entre os principais clientes da companhia estão principalmente indústrias que já substituem os combustíveis fósseis pelos biocombustíveis no abastecimento de frotas de veículos, entre outras aplicações.
Jean Paul Prates vai se reunir com diretores da Petrobras nos próximos dias, dizem fontes
Jean Paul Prates, indicado à presidência da Petrobras, vai ser reunir com os atuais diretores da companhia ao longo desta semana, disseram fontes do Valor Econômico. Os encontros devem servir para que o possível futuro presidentes da estatal entenda como funciona a estrutura de cada uma das áreas da empresa.
No momento, o nome de Prates passa por análises internas na Petrobras para avaliar a adequação do executivo para o cargo, processo que deve ser concluído nos próximos dias. Ainda não há data prevista para que ele assuma a empresa. A presidência da Petrobras é ocupada de forma interina pelo diretor de desenvolvimento da produção da estatal, João Henrique Ritterhaussen.
PANORAMA DA MÍDIA
Reportagem da Folha de S. Paulo destaca que o gigantismo das apurações sobre os ataques golpistas aos prédios dos três Poderes no domingo (8/1), em Brasília, impõe desafios aos órgãos de investigação e uma série de percalços para julgamento e efetiva punição dos autores dos crimes. A responsabilização dos envolvidos esbarra na própria quantidade de suspeitos que poderão ser alvo de processos (incluindo manifestantes golpistas, financiadores e autoridades), além do volume de material a ser analisado e na estrutura do Judiciário para dar conta da demanda e evitar prescrições. Balanço feito ontem (17/1) aponta cerca de 1.400 pessoas presas no sistema penitenciário do Distrito Federal por participação nos ataques.
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Os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo trazem como principal destaque da edição de hoje (18/1), a exoneração de militares que trabalhavam no entorno da presidência da República nos palácios do Planalto e da Alvorada. Enquanto isso, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tenta distensionar a relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as Forças Armadas e articula um novo encontro entre Lula com os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
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O Valor Econômico informa que o governo Lula prepara um substitutivo para alterar a Lei das Estatais. A proposta, elaborada pela Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil e pela Advocacia-Geral da União, flexibiliza a legislação e abre espaço para aliados e parlamentares ocuparem postos nos conselhos de administração de empresas públicas, federais e estaduais. A iniciativa é vista com desconfiança por integrantes do mercado e especialistas em governança, que apontam risco de retrocesso nessas companhias.