Economia e Política

Tolmasquim defende incentivos de curto prazo para viabilizar novas tecnologias renováveis

As novas tecnologias para geração de energia renovável, como a eólica offshore e o hidrogênio verde, podem requerer a criação de incentivos de curto prazo pelo Brasil para garantirem a sua viabilidade, defendeu Maurício Tolmasquim, professor da Coppe/UFRJ e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), durante sua participação no evento Vozes da Energia, da Associação dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace). 

Tolmasquim defende incentivos de curto prazo para viabilizar novas tecnologias renováveis

As novas tecnologias para geração de energia renovável, como a eólica offshore e o hidrogênio verde, podem requerer a criação de incentivos de curto prazo pelo Brasil para garantirem a sua viabilidade, defendeu Maurício Tolmasquim, professor da Coppe/UFRJ e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), durante sua participação no evento Vozes da Energia, da Associação dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace). 

“Vale a pena ter em mente que algumas fontes que estão começando são caras. No Brasil, subsídios pontuais para a entrada de uma fonte acabam virando permanentes e desnecessários. A gente vê isso hoje no caso da solar e eólica, que só agora, com atraso, está saindo da TUST e da TUSD subsidiada, mas que ainda vai perdurar para o consumidor pagar durante muitos anos. A geração distribuída a mesma coisa. Quando você está iniciando o processo, precisa de incentivo, assim como está ocorrendo na Europa e nos Estados Unidos, porém é necessária uma porta de saída, porque aquilo vira algo permanente. Eu acho que a gente tem que estar aberto às inovações, sabendo que elas têm um custo inicial, mas que não podemos perpetuar isso, porque não tem justificativa”, afirmou o professor.

Citando o primeiro leilão de energia eólica do país, realizado em 2009, Tolmasquim exemplificou como as fontes podem ter seus valores reduzidos ao longo do tempo, quando a venda no certame ficou em US$ 85/MWh, há três anos caiu para US$ 17/MWh, e agora está ao valor de US$ 30/MWh – em razão dos problemas na cadeia de suprimento da China e da pandemia, entre outras questões. 

Sobre a eólica offshore, o professor acredita na possibilidade de o Brasil exportar a fonte em conjunto com o hidrogênio verde, devido às legislações restritivas da Europa e dos EUA. 

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“A Europa e os EUA estão pagando valores altos, e eles têm legislações restritivas do que seria o hidrogênio verde, mas quanto mais restritivo melhor, porque a eólica offshore pode ser colocada junto com o hidrogênio”, afirmou o professor sobre o tema 

Com relação ao papel do gás natural na transição energética, Tolmasquim destacou que o combustível será “fundamental”, principalmente no setor industrial, entretanto, será um elemento complementar no setor elétrico. Já sobre o novo marco legal do gás natural, o professor defendeu o diálogo com os estados, que seguem monopolizando a distribuição do gás natural e verticalizando a atividade. 

“Saiu um agente estatal e entrou agente privado, mas aparentemente o desenho de mercado não funcionou como deve funcionar” afirmou Tolmasquim. 

Questionado sobre a possibilidade de ocupar a diretoria de Transição Energética da Petrobrasdisse que não sabe onde vai estar, se será no governo ou na universidade.