Transmissão

EPE estima investimentos de R$ 50 bilhões nos próximos leilões de transmissão

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê investimentos da ordem de R$ 50 bilhões para implementação de cerca de 15 mil quilômetros de novas linhas de transmissão e 16 novas subestações de rede básica até 2029, dependo da programação dos leilões de transmissão. A estimativa consta no caderno de março do PDE 2032.

São Paulo – Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza leilão para a construção, operação e manutenção de 4.919km de linhas de transmissão, na Bolsa de Valores B3 (Rovena Rosa/Agência Brasil)
São Paulo – Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza leilão para a construção, operação e manutenção de 4.919km de linhas de transmissão, na Bolsa de Valores B3 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê investimentos da ordem de R$ 50 bilhões para implementação de cerca de 15 mil quilômetros de novas linhas de transmissão e 16 novas subestações de rede básica até 2029, dependo da programação dos leilões de transmissão. A estimativa consta no caderno de março do PDE 2032.

A maior parte do aporte estipulado deve ser usado para apoiar a entrada das fontes eólica e solar fotovoltaica no Sistema Interligado Nacional (SIN) nos próximos anos. 

No total, foram contabilizados pelo estudo cerca de 34 GW de geração eólica e solar já contratada ou confirmada nas regiões Norte e Nordeste, até 2025. Do montante, 19 GW já estão em operação, 6 GW foram contratados em leilões, e outros 9 GW possuem parecer de acesso e Contratos de Uso do Sistema de Distribuição (Cust) assinados no ambiente de contratação livre (ACL). 

Ao comparar o Custo Nivelado de Energia (LCOE, na sigla em inglês) médio de usinas eólicas ou solares e presentes em sua maior parte no Norte e Nordeste, acrescidos aos custos nivelados da expansão da transmissão, de aproximadamente R$ 15/MWh, as duas fontes se apresentam de forma mais competitivas quando comparados com os LCOE médios de usinas a biomassa, termelétricas a gás natural ou PCH, mais comuns no Sudeste/Centro-Oeste. 

“Os investimentos necessários para a expansão do sistema propiciarão um fornecimento de energia elétrica mais competitivo ao SIN, ao proporcionar o acesso de novos empreendimentos de geração de energia e de baixo custo à rede elétrica. Quando avaliado o custo global de expansão do sistema, considerando as parcelas de geração e de transmissão (G+T), conclui-se que os referidos investimentos retornam benefício financeiro a ser usufruído não apenas pelos agentes do mercado de geração, mas também pelo consumidor final de energia elétrica”, conclui a análise.  

Para EPE, um desafio a ser enfrentando no setor de transmissão brasileiro é o envelhecimento do sistema, “realidade que tende a se tornar mais crítica nos próximos anos”. Uma substituição racional da infraestrutura do sistema elétrico em fim de vida útil deve ser realizada ao longo dos próximos anos como forma de garantir a qualidade do esquema.  

“A necessidade de substituição efetiva desses equipamentos depende de informação prestada pelas concessionárias responsáveis pelos ativos. Só então o Planejamento passa a avaliar a indicação do investimento, de acordo com as necessidades sistêmicas mais atualizadas”, diz o documento.