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Eletronuclear deixa de informar vazamento de material radioativo no mar e vira alvo na Justiça

O jornal O Globo informa que a Eletronuclear deixou de reportar imediatamente aos órgãos de fiscalização um vazamento de material radioativo ocorrido em setembro de 2022 na usina de Angra 1, e que resultou no lançamento de material radioativo na Baía de Itaorna, em Angra dos Reis, segundo documentos obtidos pela reportagem.

A estatal responsável por gerir as usinas nucleares do país só comunicou o fato ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) 21 dias após o episódio. A companhia estimou que 90 litros tenham escorrido para o mar. O caso é alvo de uma ação cível pública na Justiça.

Procurada, a Eletronuclear alega que um “pequeno volume” do material lesivo foi “lançado de forma involuntária no sistema de águas pluviais” e que se tratou de um “incidente operacional”, sem a necessidade de cumprir o “rito de notificações que seriam obrigatórias em caso de acidente” e que, após analisar o episódio, não foi encontrado “nenhum resultado significativo”.

A CNEN, responsável por supervisionar e controlar o programa nuclear do país, o Ibama e o Ministério Público Federal afirmam que houve demora na comunicação do vazamento às autoridades, o que passou a levantar dúvidas sobre os dados fornecidos pela Eletronuclear nesse caso. As dimensões do vazamento e os danos causados ao meio ambiente e à saúde humana ainda são desconhecidos pelos órgãos, que querem aprofundar a investigação do caso.

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Na última quarta-feira (22/3), a juíza federal Monica Maria Leone Cravo determinou que a Eletronuclear avalie todos os possíveis danos causados na Baía de Itaorna e divulgue publicamente “informações objetivas sobre o acidente e as medidas adotadas para remediar os danos, de forma a garantir o direito à informação da população afetada e a prevenir a manipulação de informações”.

Eneva tem prejuízo líquido de R$ 193,9 milhões no 4º trimestre de 2022 e reverte lucro de R$ 489,4 milhões de igual período de 2021

A Eneva reportou prejuízo líquido de R$ 193,9 milhões no quarto trimestre de 2022 devido a despesas não recorrentes. Em igual período de 2021, houve lucro de R$ 489,4 milhões. Nos 12 meses de 2022, o lucro da companhia foi de R$ 376 milhões, 65% menor que o registrado em todo 2021, de R$ 1,1 bilhão.

O resultado, informou a empresa ao jornal O Estado de S. Paulo, está ligado principalmente a despesas não recorrentes, relacionadas à aquisição de ativos como a usina termerlétrica Celse, em Sergipe. O diretor financeiro da Eneva, Marcelo Habibe, afirmou que o resultado se deve a gastos “pontuais e planejados”, associados a aquisições, como serviços de advogados; de bancos que estruturaram operações e de empresas de engenharia, que atuaram na prospecção e análise dos negócios. 

Neoenergia Elektro negocia crédito de R$ 800 milhões com IFC

O jornal O Estado de S. Paulo informa que a Neoenergia Elektro, distribuidora de energia que atende mais de 6 milhões de pessoas em cidades dos Estados de São Paulo e Mato Grosso, negocia um empréstimo de R$ 800 milhões com a International Finance Corporation (IFC), o braço financeiro do Banco Mundial, em Washington.

De acordo com a reportagem, os recursos serão usados para financiar parte do plano de investimento do grupo para o período 2023/2025, que inclui projetos de expansão, melhorias e automação da rede de distribuição. A Elektro atende mais de 220 cidades e é a 13ª maior distribuidora de energia do Brasil em termos de número de clientes.

Ainda de acordo com a reportagem, o empréstimo da IFC será por meio de uma operação com prazo de 8 anos, que leva em conta critérios verdes e de sustentabilidade. A operação precisa ser aprovada pela diretoria da instituição, em reunião prevista para o começo de maio. Procurada, a Neoenergia informou que sempre avalia diversas alternativas de diversificação para o financiamento de seus negócios.

GreenYellow entra no segmento de geração de energia centralizada

A operação da GreenYellow no Brasil registrou um crescimento de 23%, em 2022. A companhia multinacional francesa especializada em eficiência energética, energia solar, de serviços em energia e mobilidade elétrica registrou R$374 milhões de receita no período. De acordo com informação do Canal Executivo, esse valor é resultado de avanços efetuados ao longo do ano nas quatro frentes de negócio que a empresa trabalha localmente: energia solar, eficiência energética, serviços em energia (comercializadora, armazenamento, gestão de faturas, entre outros) e mobilidade elétrica. Um dos pilares que mais se destacaram este ano foi, sem dúvida, o fotovoltaico.

De acordo com Marcelo Xavier, presidente da GreenYellow no Brasil, a companhia tem atualmente um pipeline superior a 440 MWp para os próximos anos. “Tendo em vista o rápido desenvolvimento do mercado de solar no Brasil, estamos planejando para a GreenYellow a entrada, num curto prazo, no segmento de geração centralizada. Já temos a outorga de mais de 140 MWp para fazendas fotovoltaicas nessa modalidade. Ainda com relação à solar, atualmente, estamos na fase de desenho dos novos modelos de negócio para, em seguida, iniciarmos a prospecção de potenciais clientes, com foco em autoprodução no mercado livre de energia e soluções behind the-meter (carport e telhado solar)”, afirmou o executivo.

ES e MG são os estados mais aptos ao mercado de gás

Reportagem do Valor Econômico indica que o Espírito Santo e Minas Gerais são os estados que possuem marco regulatório favorável para o mercado livre de gás natural. A afirmação consta do Ranking do Mercado Livre de Gás (Relivre), lançado ontem (23/3), no Rio de Janeiro. O ranking tem como objetivo identificar estados que possuem as melhores práticas regulatórias e apontar espaço para melhorias nas regras estabelecidas pelas agências reguladoras, bem como pelas leis estaduais.

A reportagem explica que o atual marco regulatório do gás natural foi estabelecido por lei federal em 2019, criando regras que permitem a comercialização de energia diretamente entre produtores e consumidores de gás, mas a competência para definir regras sobre a prestação do serviço de distribuição de gás canalizado é dos Estados.

O ranking foi criado pela Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) e aprimorado em conjunto com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e com a Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip). A iniciativa é lançada no momento em que o governo estuda maneiras de expandir a oferta de gás natural com o “Gás para Empregar”, programa que visa incentivar a reindustrialização com maior oferta do insumo energético, com queda de preços do produto e redução da dependência externa.

Energia solar praticamente dobra crescimento em um ano e atinge 27 GW

O Brasil ultrapassou a marca dos 27 GW de capacidade operacional de Energia solar, somando os sistemas de geração própria (geração distribuída) e as usinas de grande porte (geração centralizada). É o que apontam dados contabilizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O Canal Solar ressalta que, segundo os números da Agência, a fonte praticamente dobrou de tamanho no país em um ano, saltando de 14 GW em março de 2022 para os atuais 27 GW.

Cemig anuncia distribuição de juros sobre capital próprio de mais de R$ 420 milhões

A Cemig anunciou na quarta-feira (22/3) a distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 424.226.000,00, o que corresponde a R$ 0,19278403644 bruto por ação. Será levada em consideração a base acionária de 27 de março. Com isso, as ações passam a ser negociadas “ex-direitos” no dia 28 deste mês. O pagamento está previsto em duas parcelas iguais, sendo a primeira até 30 de junho de 2024 e a segunda até 30 de dezembro de 2024. (portal e-investidor)

“Tempestade perfeita” derruba resultados da Braskem

A combinação de demanda global de resinas termoplásticas enfraquecida e oferta adicional elevada, em particular de polietileno (PE) e polipropileno (PP) na China e nos Estados Unidos, provocou estragos significativos nos resultados da Braskem no quarto trimestre de 2022.

De acordo com reportagem do Valor Econômico, analistas já esperavam desempenho bem mais fraco no período, dado o recuo dos spreads (diferença entre custo da matéria-prima e preço da resina ou petroquímico básico) internacionais desde meados do ano passado. Mas o conjunto de números revelados na madrugada desta quinta-feira (23/3) parece ser bem mais negativo do que se projetava.

De outubro a dezembro, a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas teve resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente negativo de R$ 168 milhões, comparável a R$ 1,97 bilhão e R$ 6,32 bilhões positivos no terceiro trimestre e no quarto trimestre de 2021, respectivamente. Foi o primeiro resultado operacional negativo seguindo esse critério desde o início de 2019, pelo menos. O prejuízo líquido trimestral de R$ 1,71 bilhão, por sua vez, só perde para o resultado final negativo registrado nos quartos trimestres de 2016 (R$ 2,48 bilhões) e 2019 (R$ 2,92 bilhões) e, desta vez, a justificativa é essencialmente operacional — não houve pagamento de multas ou outros eventos não recorrentes mais significativos do que a piora dos spreads.

A reportagem ressalta que a sobreoferta de petroquímicos no mundo deixou marcas desde o topo do balanço. Enquanto a receita líquida da Braskem caiu 33% em um ano, para R$ 19 bilhões nos três últimos meses de 2022, o custo do produto vendido (CPV) teve recuo mais moderado, de 11%, para R$ 19,1 bilhões. Além do efeito negativo da valorização do real frente ao dólar nas receitas no exterior, os preços das principais matérias-primas, nafta e gás natural, caíram em ritmo mais lento do que os das principais resinas, PP, PE e PVC, provocando esse descolamento entre custos e receitas.

Desenvolvimento de terminais de GNL no mundo deixa Brasil mais exposto ao mercado externo, diz ANP

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia, afirmou ontem (23/3) que o desenvolvimento de terminais de gás natural liquefeito (GNL) no mundo faz com que o Brasil fique mais exposto ao mercado externo. O motivo da exposição, segundo ele, que participou de evento de energia realizado pela Fundação Getúlio Vargas, é a volatilidade dos preços internacionais. (Valor Econômico)

Volkswagen anuncia venda do elétrico ID.4 no Brasil

A Volkswagen vai começar a vender o utilitário elétrico ID.4 no Brasil no segundo semestre. A direção da montadora alemã aproveitou a celebração de 70 anos de história no país para anunciar a novidade, de acordo com informação do Valor Econômico.

A divulgação do início das vendas do ID.4 ocorre poucos dias depois de a direção mundial do grupo Volks revelar a estratégia para reforçar o plano de eletrificação no mundo. O grupo anunciou investimento global de 180 bilhões de euros em cinco anos, sendo que a maior parte dos recursos será aplicada na produção de baterias e desenvolvimento de materiais que facilitem a redução de custos dos carros elétricos.

O ID.4 começou a ser testado no Brasil no fim de 2021. A montadora fez uma série de testes com público e formadores de opinião. O modelo será importado da Alemanha. A empresa não revelou preços.

Carros elétricos terão produção nacional e preços mais atraentes

Reportagem da Folha de S. Paulo destaca que os automóveis 100% elétricos seguem em crescimento constante no Brasil. Segundo a Anfavea (associação nacional das montadoras), o ano passado terminou com 8.458 emplacamentos nessa categoria, uma alta de 195,7% sobre 2021.

Embora o avanço impressione, as unidades comercializadas representaram apenas 0,4% dos licenciamentos de carros de passeio e veículos comerciais leves no país. É um resultado bem inferior à participação global: os modelos elétricos foram responsáveis por 10% das vendas mundo afora, de acordo com a consultoria EV Volume.

Petrobras dá aumento de 43,88% para diretoria; salário de Prates pode chegar a quase R$ 167 mil

A remuneração do presidente, diretores e conselheiros da Petrobras pode ser reajustada em 43,88%, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com a reportagem, o aumento foi aprovado na quarta-feira (22/3), em reunião do Conselho de Administração da estatal, no mesmo dia em que os nomes dos sete indicados pelo presidente da estatal, Jean Paulo Prates, foram aprovados para um mandato de dois anos. A proposta será submetida à Assembleia Geral de Acionistas, que está prevista para 27 de abril.

Se aprovado, o aumento será sobre a remuneração fixa. Atualmente, o salário do presidente da Petrobras é por volta de R$ 116 mil. Com o reajuste, passará para quase R$ 167 mil por mês. No comunicado ao mercado sobre a aprovação dos diretores, no fim da noite de quarta-feira, a aprovação do aumento salarial foi omitida.

Bolívia propõe a vizinhos criação da “Opep do lítio”

A Bolívia se dispõe a trabalhar com outros países da região, produtores de lítio, para a formação de uma espécie de “Opep do lítio” — uma das matérias-primas mais disputadas por fabricantes de baterias de todo o mundo. A informação foi publicada ontem (23/3) pelo jornal de La Paz, “La Razón” e reproduzida pelo Valor Econômico.

“Temos lítio na Bolívia, Chile, Argentina e Peru; e estamos dispostos a traçar conjuntamente uma política que assegure a posição de nossos países como fornecedores desse tipo de energia em condições soberanas e que favoreçam nossos povos”, afirmou o presidente boliviano, Luis Arce, durante uma celebração militar. A Bolívia faz parte do “triângulo do lítio”, juntamente com Argentina e Chile, onde se concentram 68% de todas as reservas de lítio do mundo.

Noruega quer parcerias para manter Fundo Amazônia

O Fundo Amazônia está no coração da cooperação climática da Noruega com o Brasil e irá continuar assim. O maior doador do mecanismo, contudo, busca outros atores além da Alemanha, parceira há 15 anos na iniciativa de compensar o Brasil pelos resultados de conter o desmatamento na floresta tropical.

De acordo com reportagem do Valor Econômico, a Noruega, além disso, quer abrir outras frentes na aliança brasileira – a proteção do oceano pode ser a nova fronteira. Essas intenções foram trazidas pelo cientista político Espen Barth Eide, ministro do Clima e do Meio Ambiente da Noruega em visita ao Brasil há dois dias. “O oceano e as florestas tropicais são os melhores reservatórios de carbono que existem”, afirmou. “Precisamos de manejo sustentável do oceano, planejamento espacial, mais áreas marinhas protegidas. E entender que o mar também é limitado e tem vida limitada. A Noruega é um grande país oceânico, o Brasil é um enorme país oceânico. A parceria entre nós faz todo sentido.”

PANORAMA DA MÍDIA

Após Lula reagir a juros, Bolsa cai mais de 2% e dólar sobe 1%, diz a manchete da edição desta sexta-feira (24/3) do Valor Econômico. Os mercados domésticos reagiram negativamente ontem (23/3) após críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central. O Ibovespa caiu 2,29% e fechou abaixo dos 98 mil pontos, pior marca desde julho do ano passado. O desempenho foi na contramão dos índices de Nova York. O dólar, por sua vez, teve alta de 1%, cotado a R$ 5,2884. O comunicado do Copom na quarta-feira, considerado bastante rigoroso, levou a um forte ajuste nos juros futuros, que já subiam desde ontem cedo. Foi uma primeira resposta às indicações de que a Selic não deve ser reduzida em breve e que até pode voltar a subir, caso as condições econômicas se deteriorem.

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A declaração do presidente Lula de que seria uma possível “armação” do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) o plano de uma organização criminosa, descoberto pela Polícia Federal, para assassinar o ex-juiz e outras autoridades é destaque, hoje (24/3), na mídia.

O presidente repetiu a prática de reverberar teorias das redes sociais sem nenhuma base nos fatos para atacar sua nêmesis: o senador do União Brasil. Pior. Ao chamar o trabalho da Polícia Federal de “armação de Moro”, cometeu um erro grave: desmereceu os planos do crime organizado contra o Estado brasileiro. (O Estado de S. Paulo – análise de Marcelo Godoy)

O discurso de Lula foi criticado reservadamente por aliados. Eles avaliaram que o desencontro das manifestações do governo teve como efeito ressuscitar politicamente Moro, que estava sem destaque nos dois primeiros meses da legislatura no Senado. (Folha de S. Paulo)

Reportagem do jornal O Globo ressalta que a investigação da Polícia Federal (PF) que frustrou ataques da maior facção criminosa do país, o PCC, contra autoridades e agentes públicos, entre eles o ex-juiz e senador Sérgio Moro, localizou diversas informações relativas à contabilidade da quadrilha. As cifras constam na representação remetida à Justiça Federal, que deferiu 11 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão, a maior parte deles cumprida em operação realizada na quarta-feira (22/3). Ao todo, somando os diferentes gastos computados pelos criminosos, o valor despendido com o plano foi de pelo menos R$ 1,2 milhão, em cálculo feito pelo Globo com base no relatório elaborado pelo Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise), que leva a assinatura do delegado Martin Bottaro Purper.