A oferta subsequente de ações da Orizon, que vai incluir a emissão de novas ações para financiar a expansão das suas operações, deve ajudar a reduzir o endividamento da companhia, ao mesmo tempo em que continuará seu caminho de crescimento por meio de pequenas aquisições. A avaliação foi publicada em relatório assinado pelo analista Rafael Nagano, do Credit Suisse.
A operação, anunciada pela companhia ontem, 19 de abril, prevê a emissão de 2,68 milhões de novas ações, além da venda de 8,2 milhões de ações da Orizon hoje detidas pela Jive Asset, uma gestora de ativos problemáticos.
Considerando o preço por ação da Orizon (ORVR3) de fechamento de ontem, de R$ 33,60, a operação pode envolver R$ 365 milhões, sendo que R$ 90 milhões seriam correspondente às novas ações, indo para o caixa da companhia.
A Jive entrou na Orizon por meio da associação para a compra dos ativos da Estre, que estava em recuperação judicial. Como parte do acordo, na ocasião, sete aterros sanitários e uma estação de processamento de resíduos industriais da Estre foram transferidos para a Orizon, em troca de pagamento em dinheiro e mais uma participação de 10,2% na companhia para a gestora.
Segundo o Credit Suisse, ter participação em uma empresa como a Orizon está fora da atuação da Jive, pois cria pressão caso a gestora decida vender a participação.
O banco avalia que, se todas as ações forem absorvidas pelo mercado, sem considerar os lotes adicionais, o endividamento da Orizon pode cair de uma relação de 3,7 vezes para 3,3 vezes (múltiplo que compara a dívida líquida com o Ebitda, linha do balanço que indica a geração de caixa da empresa).
“A oferta iria permitir a companhia a continuar seu plano de crescimento por mei de pequenas aquisições, cujos retornos têm sido positivos, em nossa visão. Com uma desalavancagem mais rápida, a companhia teria espaço para levantar mais capital e acelerar seu crescimento”, diz o relatório.