Com calendário de investimentos a cumprir, as empresas do setor elétrico aguardam melhora do cenário e fazem fila nos bancos de investimentos para voltar a acessar o mercado de capitais, conforme indica reportagem do Valor Econômico. Isso porque, além do pedido de recuperação judicial das Americanas e renegociação de dívidas de outras varejistas, o rumor sobre o calote da Light no pagamento a debenturistas deixou o investidor desconfiado mesmo com este setor, que sempre foi considerado um dos mais resilientes e com geração de caixa previsível.
Somado a esses fatores, os juros altos tiram o apetite de quem vai a mercado e precisa pagar prêmios maiores para ter seus papéis negociados, ressalta a reportagem. Em média, os títulos de crédito privado têm saído com um ponto percentual a mais do que há seis meses, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Mesmo assim, o interesse dos bancos em financiar as elétricas é alto e eles têm preparado diferentes instrumentos de emissões com lista extensa em seus pipelines.
Em 2022, as companhias da área elétrica estavam ativas e levantaram mais de R$ 103,32 bilhões entre emissões de debêntures tradicionais e incentivadas, ações e notas comerciais, segundo a entidade. Em 2021, o volume chegou a R$ 64,26 bilhões e tinha sido três vezes maior do que em 2020. Os especialistas apostam na melhora do mercado com o recebimento do arcabouço fiscal e, apesar de 2023 ter começado em ritmo mais lento, eles lembram que no início de 2022 as incertezas no cenário político e econômico represaram algumas emissões, mas não impediram que fosse o melhor dos últimos cinco anos.
Baterias mais potente ajudam a guardar o vento e a luz do sol
Reportagem do Valor Econômico destaca que o armazenamento de energia será investimento fundamental e estratégico no novo cenário elétrico desenhado para o país na próxima década. É fácil entender os motivos. As fontes de geração solar e eólica vão liderar a expansão da oferta até 2026, respondendo por 82% dos projetos em construção. E o futuro aponta para a aceleração desse processo.
Energia vinda do sol e do vento também responderá pela maior expansão da geração elétrica na década que terminará em 2032, conforme o Plano Decenal de Energia, enquanto a capacidade instalada da rede hidráulica permanecerá no patamar de 2022 e a das térmicas movidas a combustíveis fósseis cairá. O cenário é positivo, tanto do ponto de vista ambiental, consolidando a matriz elétrica brasileira como uma das mais limpas do planeta, quanto financeiro. Só que nem sempre há vento e durante a noite não há sol. Assim, para fazer frente à esperada expansão econômica, o país precisará garantir energia segura e confiável nas 24 horas do dia.
A alternativa está na ampliação da indústria de baterias capazes de armazenar energia – tecnologia conhecida por Battery Energy Storage System (BESS) – para atender à demanda quando o consumidor precisar. Em resumo, sistemas que guardarão energia do vento e do sol, dando segurança à oferta.
Petrobras aprova em assembleia R$ 222,5 bilhões em dividendos de 2022
A Petrobras confirmou, em comunicado, que a assembleia geral ordinária (AGO) aprovou a remuneração aos acionistas relativa ao exercício social de 2022 no valor de R$ 17,06 por ação (ordinária ou preferencial) em circulação. O montante corresponde a R$ 222,5 bilhões.
O valor inclui os pagamentos efetuados ao longo de 2022 e o dividendo complementar a ser pago a partir de 19 de maio de 2023. O dividendo complementar equivale a R$ 2,74 por ação em circulação, totalizando cerca de R$ 35,8 bilhões. O valor total bruto a ser distribuído aos acionistas, considerando a atualização monetária até hoje, é equivalente a R$ 2,85 por ação. O montante considera a atualização monetária pela taxa Selic de 31 de dezembro de 2022 até hoje, o que corresponde a acréscimo de R$ 0,11 por ação. O pagamento do dividendo complementar será feito em três parcelas. (Valor Econômico)
Candidatos rejeitados pelo Conselho de Administração da Petrobras são eleitos
O governo Luiz Inácio Lula da Silva desconsiderou recomendações das áreas de governança da Petrobras e elegeu ontem (27/4) membros do conselho de administração que haviam sido considerados inelegíveis. A eleição conclui a renovação da administração da estatal, que agora passa a ter diretoria e conselho com representantes indicados pela gestão petista, facilitando mudanças estratégicas prometidas por Lula em sua campanha.
Em assembleia de acionistas, foram eleitos 8 dos 11 conselheiros da companhia. O governo conseguiu ficar com seis vagas, três delas preenchidas por nomes rejeitados pelo comitê interno responsável por analisar currículos e pelo próprio conselho de administração. (Folha de S. Paulo)
Inel cria força tarefa para implementar hidrogênio verde no Ceará
O Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel) anunciou ontem (27/4) a criação da Coordenação de Hidrogênio Verde no Ceará, com o objetivo de desenvolver e expandir esse mercado na região Nordeste e no Brasil.
A iniciativa visa apoiar as esferas de governo no estabelecimento de marcos regulatórios para o mercado de hidrogênio verde no país. A atuação da coordenação estadual será guiada por três grandes eixos temáticos: financiamento de projetos, relação com agentes regulatórios e ambientais, e as demandas do setor produtivo no Ceará, para criar formas de impulsionar o desenvolvimento dessa indústria. (Click Petróleo e Gás)
PANORAMA DA MÍDIA
Cortar isenção como prevê marco fiscal é inviável, diz Receita. Esta é a manchete de hoje (28/4) da Folha de S. Paulo. A reportagem destaca que nota técnica sigilosa da Receita Federal, produzida durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dá uma ideia das dificuldades que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ter em seu objetivo de reduzir o chamado gasto tributário (a perda de arrecadação provocada por benefícios e isenções). No documento, os técnicos da Receita concluem ser inviável reverter renúncias tributárias de maneira linear e sem um período de transição. Desaconselham também alterações pontuais e isoladas, que atrairiam a oposição de setores econômicos e do Congresso, colocando em risco a revisão mais eficiente e global das desonerações dentro da forma que interessa, na reforma tributária.
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O jornal O Estado de S. Paulo informa que desde sua edição inaugural, em 1994, a Agrishow, maior evento do agronegócio da América Latina, deverá ser aberta pela primeira vez sem a presença de um representante do governo federal. O ministro da Agricultura e Abastecimento, Carlos Fávaro, afirmou que foi “desconvidado” da abertura da feira após ter sido informado pelos organizadores que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estará presente. De acordo com a reportagem, o ministro está em situação desconfortável com setores do agro desde a retomada de invasões de terras produtivas pelo Movimento dos Sem Terra (MST).
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A agropecuária dará impulso expressivo ao crescimento da economia brasileira neste ano, especialmente no 1º trimestre, ao mesmo tempo em que não deverá gerar pressões inflacionárias. Enquanto as projeções de expansão para o PIB em geral e para o agro em 2023 têm subido, os preços agrícolas ao produtor têm recuado, evitando inflação mais elevada. (Valor Econômico)
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O jornal O Globo informa que o texto final do projeto de lei contra a disseminação de notícias falsas, conhecido como PL das Fake News, exclui órgão fiscalizador. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto na Câmara dos Deputados, decidiu ontem (27/4) retirar a entidade autônoma de regulação do PL. O órgão seria o responsável por fiscalizar o cumprimento das regras previstas no projeto, mas não está na versão do parecer divulgada ontem. O relator do PL na Câmara dos Deputados ainda não definiu como as determinações da lei serão fiscalizadas.