A Eletronuclear participou nesta terça-feira, 16 de maio, de audiência pública sobre o vazamento de 90 litros de material radioativo pela usina nuclear Angra 1, em setembro do ano passado. O encontro, organizado pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, pediu esclarecimentos da empresa a ocorrência.
Sem minimizar o incidente, Ricardo Santos, diretor de Operação e Comercialização da Eletronuclear, disse que a radiação liberada ficou muito abaixo dos limites obrigatórios para operação de uma usina nuclear.
“Fizemos uma análise e verificamos que a concentração da radiação liberada nesses 90 litros é de 0,11% do nosso limite, então é praticamente desprezível sobre o aspecto quantitativo. Em relação ao contato ao público, chegamos ao valor de 2%, garantindo a segurança deles e do meio ambiente”, disse o diretor.
A empresa declarou que o incidente já foi encerrado, suas causas sanadas e que não existem áreas impróprias nem risco de agravamento da situação. Além disso, a Eletronuclear apontou que o evento não ocasionou nenhum tipo de prejuízo às pessoas ou ao meio ambiente, e que entende que nenhuma norma foi infringida.
“A liberação radioativa na água em Angra dos Reis não causou nenhum impacto radiológico, seja para população ou meio ambiente. A usina nuclear desempenha atividades regulares e monitoradas”, falou o Ricardo Santos aos deputados.
Dessa forma, o executivo completou dizendo que todas as atividades acontecem de acordo com o padrão internacional, bem como que a operação da usina que ocorre dentro de um limite aceito e com segurança.
“Isso dito, corrobora que não houve impacto para o público e para o meio ambiente, existem limites que dizem que eu tenho que manter um determinado nível limite de efeito de dose para população e meio ambiente, e que abaixo disso não causa impactos”, concluiu.
Segundo Regis Pinto, diretor de Proteção do Ibama, o órgão tomou conhecimento sobre o vazamento por meio de uma denúncia anônima, mas que segue acompanhando o caso. Em 28 de fevereiro, o Ibama constatou o descarte irregular de substância radioativa em desacordo com normativo do Cnen, aplicando muita de R$ 2 milhões à companhia.